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Crítica | Ted Bundy – A Irresistível Face Do Mal

Cinebiografia sobre um dos mais temíveis assassinos em série norte-americanos da história, “Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal”, dirigido por Joe Berlinger e estrelado por Zac Efron, Lily Collins e Kaya Scodelario, nos traz uma versão mais intimista e interessante sobre uma história que chocou e ainda choca o mundo.

Baseado em fatos reais e adaptado para as telas, o filme nos coloca em contato com Ted Bundy (Zac Efron), um mero estudante de Direito dos Estados Unidos. Sua jornada nos é mostrada tendo como um dos pontos de partida o seu encontro com Liz Kendall (Lily Collins), com quem viria a ter uma intensa e profunda relação amorosa. Para os que não conhecem a história real e o fim dos fatos, uma relação comum. E é o que deve aparentar. Porém, tudo muda quando o nome de Ted surge no meio de uma investigação policial.

A teia parece se desenrolar, muitas questões começam a vir à tona e, assim, somos imergidos em um dos maiores julgamentos dos Estados Unidos. Declarando-se publicamente inocente, Ted Bundy utiliza seu charme e seu poder de convencimento para tentar conquistar sua liberdade. Contudo, provas irrefutáveis revelam o monstro por detrás da figura de bom moço e o rastro de sangue deixado por ele.

Ted Bundy
Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal / Paris Filmes

“Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal” é muito interessante. Creio que esse seja o adjetivo que mais se encaixa com as características da produção. A direção de Joe Berlinger e o roteiro de Michael Werwie desenvolvem uma abordagem diferente para o caso, focando menos nos assassinatos e nos crimes em si e mais em quem era Ted e tudo e todos que o rodeavam. Vemos menos do assassino e mais do estudante da Lei. Parece que estamos apenas diante de um homem tentando se defender de sérias acusações e tentando conquistar sua liberdade. Apesar de sabermos que esse não é o caso. Não mesmo.

Essa abordagem inédita é coroada com a atuação de Zac Efron. Buscando se distanciar da imagem de artista adolescente marcada pela época de High School Musical, ele vive um intenso papel e encarna o assassino de forma muito convincente. Complementando tudo o que fora construído pelo filme, chegamos ao ponto de realmente comprar as palavras de Ted Bundy. Acredito que esse seja o ponto da produção. Se nós, que conhecemos a história verdadeira e tudo o que realmente aconteceu podemos ser influenciados pelas palavras de um condenado, imaginemos todo um país em comoção por uma história perturbadora, cheia de lacunas e por um réu bastante convincente e manipulador. Zac Efron é formidável.

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Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal / Paris Filmes

A questão técnica é bastante correta e a acuidade com o real também. As imagens verídicas no final do filme nos trazem de volta à realidade e conseguimos, finalmente, voltar a enxergar o sadismo nas palavras de Ted Bundy, algo que não era totalmente possível no decorrer do filme. Somos seduzidos por suas falas. É incômodo. Interessante, porém, sobretudo, incômodo. Ainda mais quando a ficha do espectador cai e quando tomamos noção de que tudo aquilo é realmente real e de tudo o que aquilo representa.

A adaptação do caso é bem feita e se une a um conjunto de obras que tem Ted Bundy como foco, como, por exemplo, o recente “Conversando com um Serial Killer: Ted Bundy” (2019), do próprio diretor Joe Berlinger. Entre outras produções, temos “Ted Bundy” (2002) e “Bundy: An American Idol” (2008) como exemplos de diferentes vertentes da mesma história e que também merecem a devida atenção.

“Ted Bundy – A Irresistível Face do Mal” é triste. Seu conteúdo é triste. Mas com certeza vale a pena assistí-lo, principalmente por Zac Efron e por toda a abordagem diferente de um caso já bastante conhecido. Um grande acerto. Uma grande produção.

Nota: 4,5/5

Assista ao trailer:

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