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Crítica | Sonic – O Filme

Baseado na clássica franquia de jogos da SEGA, o filme produzido pela Paramount traz o personagem do universo dos games, Sonic, em um live-action surpreendente. Dirigido por Jeff Fowler e estrelado por nomes como Jim Carrey e James Marsden, o longa chega aos cinemas mundiais sob muitas expectativas e muitas dúvidas.

Em “Sonic – O Filme” somos apresentados à história de origem do ouriço azul mais famoso do mundo. Nascido com poderes incríveis e perseguido desde criança por isso, Sonic (Ben Schwartz, no original, e Manolo Rey, em português) é obrigado a deixar sua terra natal e a viver escondido e em constante alerta por diversos mundos. Estabelecido na Terra, ele vive em completa solidão em uma cidade pequena dos Estados Unidos, Green Hills. Após um incidente envolvendo seus poderes, a presença de Sonic no planeta é detectada e ele precisará da ajuda de Tom Wachowski (James Masden), um novo conhecido, para fugir e para sobreviver dos mais diversos perigos que o esperam, incluindo a perseguição incansável do vilanesco Dr. Robotnik (Jim Carrey).

Sonic
Sonic – O Filme / Paramount Brasil

A temporada de divulgação do filme em 2019 foi o suficiente para atrair a atenção dos mais variados espectadores para o lançamento do longa. Por toda confusão gerada no ano passado quando o design visual da primeira versão do ouriço azul foi revelado, os produtores de “Sonic” tiveram a difícil missão de remodelar o personagem, depois de o filme pronto, e de entregar aos fãs uma versão mais fiel e semelhante ao alien de olhos grandes e tênis vermelhos que, lançado pela Sega em 1991, tornou-se uma espécie de Mario Bros ou Pac-Man da época e um dos personagens mais famosos do milênio. Apesar de nunca ser tarde para ajustar ou melhorar um filme, “Sonic” ficou marcado desde antes de seu lançamento, principalmente por seus fãs mais fiéis, e criou uma grande dúvida quanto ao que o filme poderia vir a ser.

O resultado, contudo, não é, nem de longe, o fracasso imaginado pelos mais pessimistas ou pelos mais apreensivos. Pelo contrário, “Sonic” parece ter saído diretamente do videogame para o nosso mundo e nos convida para um passeio nostálgico pelos anos 90. Seja no começo, quando o logo da produtora de jogos aparece, ou seja quando um vislumbre do videogame original é mostrado em tela. O visual da produção é bastante satisfatório e cumpre o papel na adaptação com um grande serviço para os mais aficionados pela criatura.

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Sonic – O Filme / Paramount Brasil

A tentativa de encaixe da mitologia dos games com o nosso mundo é, por grandes precedentes, complicada. Os erros e as críticas às adaptações previamente produzidas são incontáveis e “Sonic” tenta fugir do mesmo e tornar-se mais agradável. O carinho com o qual a obra é tratada é evidente e, por isso, o acerto com a mesma é bem mais palpável. A utilização de elementos clássicos do personagem e o cuidado com a fidelidade de seu universo dão crédito à produção. Green Hills Zone, dos games, torna-se a pacata cidade americana e palco do desenvolvimento dos protagonistas, os clássicos anéis dourados carregados por Sonic, seu modo de fuga e de transporte para outros mundos, e Dr. Robotnik, o mesmo clássico e irreparável vilão.

Jim Carrey entra aqui, em um parágrafo unicamente dedicado a ele. Excêntrico gênio da ciência e da tecnologia, o antagonista do filme carrega trejeitos realmente dignos dos anos 90 e contribui imensamente para o tom criado pelo longa. Olhos esvoaçantes, bigode “móvel”, complexo de superioridade e movimentos completamente exagerados que se comparam a danças performáticas em diversos momentos do filme são apenas algumas características do personagem brilhantemente interpretado pelo inesquecível ator. Ágil e quase como um “Ace Ventura”, Dr. Robotnik é envolvente e tem seu próprio lugar no filme, sem roubar a cena ou o brilho dos outros personagens e abrindo espaço para a real desenvoltura dos outros em cena, como Sonic e seu amigo Tom Wachowski.

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Sonic – O Filme / Paramount Brasil

Posicionando-se como um entretenimento despreocupado e sem ambições muito altas, “Sonic”, mesmo com um roteiro genérico que se atém a fórmulas prontas e com alguns furos, pode ser considerado um acerto. Divertido e inofensivo, a produção do filme une narrativa para crianças e adultos e tenta oferecer algo mais inclusivo. Jovens são apresentados à criatura clássica da Sega e adultos experienciam nostalgia por um game do milênio passado. O novo e o saudosista se unem em uma mesma sala de cinema e o resultado é surpreendente.

Simples, ágil e seguro, “Sonic – O Filme” não passa nem perto do horror esperado quando o primeiro trailer foi liberado.  Tratando-se de uma adaptação de game para o cinema, a qualidade apresentada é diferente e superior quando comparada a outras produções e pode ser considerada uma das melhores do gênero.

Nota: 4/5

Assista ao trailer:

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