Crítica | Bloodshot
Baseado na série de quadrinhos “Bloodshot”, da editora Valiant Comics, Vin Diesel estrela o novo filme de Dave Wilson como Ray Garrison, um anti-herói genérico em uma trama clichê e sem profundidade.
O filme roteirizado por Jeff Wadlow e por Eric Heisserer acompanha um soldado recentemente morto em combate que é trazido de volta à vida por uma misteriosa empresa de nanotecnologia. Renascido com diversos poderes especiais, Ray torna-se uma força implacável e um instrumento mortal que é constantemente manipulado para eliminar alvos pessoais do chefe da enigmática organização científica.
Impulsionado pelas memórias de sua vida passada, o anti-herói não sabe mais o que é real e o que não é e parte em uma missão para se livrar das amarras que insistem em transformá-lo em um fantoche e decifrar toda a nova realidade que o rodeia desde que seu corpo foi transfigurado em uma máquina de guerra.
Preguiçoso e familiar, “Bloodshot” não é realmente nenhuma novidade. Espécie de spin-off de todo e qualquer filme de ação classe C, a produção erra em praticamente tudo a que se propõe e, quando comparado aos filmes de heróis e anti-heróis recentemente lançados, como os grandes sucessos “Deadpool” e “Logan”, por exemplo, a produção da Sony Pictures passa mais do que despercebida e deixa um gosto amargo em quem quer que a assista. Sem confiança para se tornar algo único, o filme nunca alcança um nível mínimo de satisfatoriedade.
Perdendo-se no caminho do grande potencial que tinha, o início de sua trama chega a ser minimamente interessante quando somos apresentados a um agente de campo que elimina, sozinho, toda uma célula terrorista (bem ao estilo Vin Diesel) e volta para casa a tempo de ver a sua esposa ser friamente assassinada e para jurar vingança a todos os envolvidos. A partir disso, no entanto, tudo é ladeira abaixo. A perspectiva do filme muda completamente enquanto Ray Garrison morre e volta à vida como uma “máquina” em um enredo superficial que aposta em uma ação genérica e que não oferece nada a mais do que alguns efeitos especiais alucinantes e duas horas de angústia. Quem precisará ser ressuscitado é o espectador.
Parte de um projeto ambicioso da Sony Pictures de tentar compor um universo cinematográfico baseado nos personagens da Valiant Comics, “Bloodshot” começa a trilhar esse tortuoso caminho com o pé esquerdo. Chamado de VCU (Valiant Comics Universe), a produtora já tem planos para continuar a sua Fase 1 de filmes com o vindouro “Harbinger” e com uma continuação de “Bloodshot” e projeta um crescente sucesso para fazer frente, futuramente, à Marvel Studios. Situação agridoce para quem achava que o filme fosse um erro isolado e que não teríamos nenhum tipo de novo seguimento.
No entanto, é certo dizer que, apesar do roteiro completamente clichê, repleto de frases prontas e de qualidade duvidosa, Vin Diesel arrastará uma enorme legião de fãs cativos para acompanhar o astro de “Triplo X” e de “Velozes e Furiosos” em mais um papel que, de alguma forma, parece certo para ele, e ainda fará com que encontrem um mínimo de diversão no carismático ator que, sendo uma encarnação do estereótipo de herói – ou anti-herói – fortão e machucado por dentro, se sobressai em meio ao caos que “Bloodshot” é.
Nota: 2/5
Assista ao trailer:
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