Crítica | 3% – 2ª Temporada
Segunda temporada de 3% é cheia de reviravoltas e acerta no enredo superando todas as expectativas
3% surpreendeu o público em sua primeira temporada trazendo um Processo que faz com que três por cento dos jovens com 20 anos tenham a oportunidade de mudar de vida. Com provas para testar o trabalho em equipe e a liderança dos participantes, o Processo 104 foi concluído com sucesso e com os jovens perfeitos para entrarem no Maralto, a primeira temporada terminou com muita tensão e reviravoltas, daquelas de deixar qualquer um ansioso por uma segunda temporada.
A segunda temporada de 3% estreou na Netflix em 2018 com uma história um pouco diferente da primeira. Enquanto a primeira temporada foi totalmente focada no Processo, a segunda mostra como está a vida dos participantes após um ano. Michele (Bianca Comparato) era a infiltrada da Causa que teve o seu lugar garantido no Maralto, além de uma reviravolta enorme em sua história ao descobrir que o motivo pelo qual aceitou trabalhar contra o Processo não passava de uma mentira, sendo assim, ela se juntou com o Ezequiel (João Miguel) para impedir que Causa prejudique o Processo 105.
Além da Michele, Rafael ( Rodolfo Valente) também conseguiu passar para o lado de lá, mas sem deixar a sua ligação com a Causa de lado. Sendo extremamente fiel ao seu juramento com o grupo.
Do lado de cá, Joana (Vaneza Oliveira) e Fernando (Michel Gomes) vivem uma vida de miséria após desistirem do Processo, e acabam se juntando em uma missão de vingança que inclui assassinatos, invasão a domicílio e a Causa. Além de todo o conflito envolvendo os quatro protagonistas, a história da segunda temporada fica ainda mais interessante ao apresentar finalmente os fundadores e como surgiu o Maralto, além de revelar que o casal fundador na verdade era um TRISAL.
Com tantos acontecimentos em cada episódio, fica difícil escrever algo sobre essa temporada sem dar muito spoiler. Cada detalhe é extremamente instigante, trazendo grandes reflexões e questionamentos, nos levando a imaginar se o Maralto é realmente um bom lugar para se viver.
Logo no primeiro episódio da segunda temporada somos tomados por muitas novidades, tanto no elenco quanto na qualidade da produção. A evolução na qualidade dos atores ficou visível em todos os episódios que carregavam cargas dramáticas e tensas, o que surpreendeu bastante. Novos nomes foram inseridos no elenco, e cada um é responsável por uma parte importante no decorrer dos episódios, são eles Bruno Fagundes, Fernanda Vasconcellos, Maria Flor, Silvio Guindane, Cynthia Senek e Leila Garin.
Representatividade, isso é o que mais valorizo em produções brasileiras e 3% vem dando um show de exemplo ao trazer mulheres fortes e incluir uma personagem trans com tanta relevância. A segunda temporada ainda é responsável por finalmente trazer o elemento surpresa. O plot twist trás uma sensação de que tudo pode mudar de uma hora pra outra, independente de qual lado você está, e isso dá ainda mais brilho pra a série.
A produção merece os parabéns por cada episódio, assim como o excelente trabalho da direção de arte e a escolha da trilha sonora, tendo até a participação espetacular de Liniker em um dos episódios. Cada detalhe se fez importante no decorrer da história que, apesar de conter alguns furos no roteiro, não chega a incomodar o telespectador.
Nem só de elogios se vive uma boa série, infelizmente o protagonismo chato de Michele fez a personagem perder todo o carisma que ganhou na primeira temporada, gerando uma relação de amor e ódio com quem assiste. Os flashbacks e simulações também são algo que incomodam bastante nessa temporada, a ponto de chegar uma hora em que não sabemos mais em que pé a história está. Mas nada disso estraga toda a experiência que foi assistir essa temporada.
3% superou todas as expectativas, é uma série de extrema qualidade e ótima para o currículo brasileiro, serve para deixarmos a síndrome do vira-lata de lado dando ainda mais valor para produções nacionais – que ao meu ver são tão boas quanto as dos Estados Unidos-.
Assim como a primeira temporada, a segunda deixou vários assuntos em aberto dando gostinho de quero mais e um espaço para uma terceira parte da história, que logo foi confirmada e estreou na Netflix em 2019, mantendo a qualidade de produção e roteiro.
A segunda temporada de 3% está disponível na Netflix.
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