Crítica | Rebecca- A Mulher Inesquecível
Os remakes são a prova viva de que uma ideia pode ser muito bem reciclada ou virar uma piada, e a Netflix tem se empenhado em trazer clássicos do cinema numa produção mais atual, e Rebecca- A Mulher Inesquecível é o novo remake produzido pelo streaming. O filme mostra as consequências de engatar um relacionamento com alguém que é assombrado pelo fantasma da ex esposa.
Entrar em um relacionamento com alguém recém divorciado já é uma missão um tanto quanto complicada, quem dirá com alguém que acabou de ficar viúvo. A presença da ex é constante já que tudo foi deixado para trás exatamente do jeito que ela costumava fazer, e é sobre basicamente isso que se trata Rebecca- A Mulher Inesquecível, novo filme da Netflix.
No longa, uma jovem moça (Lily James) é a dama de companhia de uma senhora rica, que paga 90 euros por ano para ensinar bons modos e ter a companhia de alguém durante as suas viagens, e é em uma dessas viagens que a jovem conhece o recém viúvo Maxim Winter ( Armie Hammer), um homem com uma herança invejável a qualquer mero mortal.
Ao trocarem algumas palavras e olhares amorosos, Maxim convida a jovem para fazer alguns passeios durante a semana, e são nesses passeios que os dois acabam se apaixonando. Com a notícia de que a jovem irá partir para Nova York, Maxim decide pedi-la em casamento, tornando-a na Mrs de Winter, umas das mulheres mais ricas da Inglaterra.
Ao chegar em sua nova casa, Mrs de Winter é aparentemente bem tratada, mas vê as coisas mudarem ao descobrir que a presença da falecida esposa ainda é sentida por todos, fazendo com que as expectativas ao redor da jovem se eleve ao nível de Rebecca, que aparentemente era uma mulher muito boa. Os mistérios e a falta de informação que rondam a sua morte faz com que a jovem investigue e tire suas próprias conclusões sobre quem realmente é o seu novo marido.
O longa é baseado em um livro, e foi levado aos cinemas originalmente por ninguém mais que Alfred Hitchcok, em 1940. Como todos os filmes do diretor, Rebecca era extremamente sombrio e batia muito na tecla do terror psicológico com um mistério de deixar a pulga atrás da orelha.
O novo remake – que já é o segundo produzido nos últimos 30 anos- trouxe um toque mais leve para a produção, retratando o terror psicológico de uma forma que levaria Hitchcock a dar umas boas gargalhadas.
Não que a direção de Ben Wheatley esteja ruim, mas para um filme que se esperava um mistério de altíssimo nível e um terror psicológico de deixar qualquer um de cabelo em pé, esse passou bem longe.
No longa da Netflix, a resolução dos mistérios e a forma como o filme termina são completamente diferentes do livro e do primeiro filme, me fazendo pensar se essa foi uma boa ideia, já que não se mexe em time que está ganhando.
Mas, apesar do terror estar bem típico de filmes da Sessão da Tarde, existem pontos positivos na trama. A produção está excelente, e isso se dá ao desenvolvimento do próprio cinema, que vem evoluindo com o passar dos anos e ganhando novas técnicas. A atuação de Lily James foi uma surpresa, a tensão no olhar da atriz deixou o filme ainda mais interessante, já Armie vem ganhando o carinho do público desde o seu papel em Me Chame Pelo Seu Nome.
Rebecca- A Mulher Inesquecível talvez não tenha me agradado pelo simples fato de ser um remake de uma história que já foi muito bem contada, mas não tenho dúvidas que brilharia muito se fosse algo inédito.
Por fim, o filme prometeu muito e entregou algo morno, mas não péssimo. Será considerado ótimo por quem não conhece o clássico, o que será bom para a fama do longa.
Rebecca- A Mulher Inesquecível já está disponível na Netflix
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.