Crítica | Mundo em Caos
Mundo em Caos, filme estrelado por Tom Holland (Homem-Aranha: Longe de Casa) e Dasy Ridley (Star Wars: A ascensão Skywalker) não consegue estabelecer uma conexão com o público e nem mesmo aproveitar a força dos atores protagonistas para causar empatia com a produção.
Sinopse: Em um futuro não muito distante, em um mundo onde as mulheres desapareceram e os homens foram afetados pelo “ruído” – uma força que deixa seus pensamentos audíveis – Todd Hewitt (Tom Holland) encontra Viola (Daisy Ridley), uma jovem misteriosa que aterrissou em seu planeta. Com Viola correndo perigo, Todd jura protegê-la e colocá-la fora de perigo. Para salvá-la, Todd terá que controlar seu “ruído”, descobrir sua própria força e desvendar todos os segredos sombrios que seu planeta e sua comunidade guardam.
Você deve estar se perguntando se está valendo a pena ir ao cinema em plena pandemia para assistir aos seus filmes favoritos, porque apesar da crise, a indústria não para e seus filmes favoritos estão sendo exibidos ‘normalmente’. Mundo em Caos é um dos filmes que já estão em cartaz em todo o circuito nacional, mas será que realmente vale a pena assistir esse filme no cinema?
SPOILERS A SEGUIR!
O longa começa com uma premissa bastante interessantes, onde os humanos conseguiram colonizar um planta desconhecido, como citado no filme, e misteriosamente os pensamentos dos homens deixaram de ser algo secreto, são expostos e ouvidos por todos, o que denominaram como ruídos, e o assassinato de todas as mulheres da colônia. Esse começo já induz ao espectador uma série de dúvidas do porque tudo aquilo está acontecendo e a ansiedade por respostas é quase iminente.
Ao desenrolar da trama descobrimos que o planeta é habitado por criaturas nativas do planeta e que esses são responsáveis por matar todas as mulheres da aldeia de colonos e a chegada de uma nova mulher vinda de uma estação espacial, para dar seguimento a segunda fase da colonização após dezenas de anos. Eis aqui mais uma trama para expandir a curiosidade do espectador e transportar ele para dentro da tela, mas em uma tentativa fracassada.
O roteiro abre uma centena de parênteses que quando não são explicados de maneira rasa e incoerente, nem são explicados, como por exemplo os nativos do planeta que não não nada aproveitados, estão ali apenas pra justificar uma mentira e a real razão do assassinado das mulheres. Isso também traz uma série de dúvidas sobre o que exatamente essa trama quis abordar, entre feminicídio, machismo, racismo e empoderamento feminino. São tantas bandeiras levantadas de uma única vez, não sei se sem querer ou com a intenção, mas não há a menor convicção e nenhum peso para quem assiste. No final só o que resta é uma chacota de questões necessárias aplicadas de maneira errônea.
Mundo em Caos tem um elenco invejável, com as principais estrelas da atualidade como Tom Holland (do Universo Cinematográfico da Marvel), Daisy Ridley (Protagonista da última franquia de Star Wars), Nick Jonas, que vem cada vez mais tomando espaço em Hollywood participando de produções aclamadas como a nova franquia Jumanji, além de Mads Mikkelsen, que traz uma atuação avassaladora como protagonista de Druk: Mais Uma Rodada, atual vencedor de Melhor Filme Internacional do Oscar e Cynthia Erivo, vencedora de prêmios como Emmy , o Tony e indicada até ao Oscar e ao BAFTA. Mas eis aqui um desperdício de talentos causado pelo mau desenvolvimento do roteiro. É quase palpável o desconforto dos atores ao decorrer dos longuíssimas 1 hora e 50 minutos. e por incrível que pareça, quem brilha nesse longa estrelado é um cachorro!
É inegável que o filme comece bem, interessante e com uma proposta que claramente é boa e original, mas nada convence, nada faz sentido, é exaustivo e apático de uma maneira que não há como mensurar. A fantasia, a aventura e a ação do filme são chatas e desinteressantes, sem contar da parte científica que é esquecida em uma trama de ficção sobre colonização de outros planetas. Os protagonistas não encantam e não chamam atenção positiva. A direção de Doug Liman é esforçada mas também não salva absolutamente nada.
Por fim, Mundo em Caos é um daqueles filmes sem alma, confusos, desinteressantes e que parecem durar uma eternidade e te deixa cansado ao fim da sessão. Com certeza é alvo de comentários como “Era melhor ter ido ver o filme do Pelé”. Uma pena, de fato, porque potencial não faltou, atores do momento, trama original e interessante trabalhados de forma superficial e sem vontade.
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