Crítica | Mortal Kombat
Mortal Kombat já está entre nós e traz uma trama que introduz um vasto universo mítico, com a promessa de ser desenvolvido em uma nova leva de filmes. Como introdução para uma nova franquia, o longa não chama muito a atenção de quem não acompanha Mortal Kombat em outros formatos, mas traz uma história rica e interessante que merece continuidade.
Sinopse: “Em Mortal Kombat, o lutador de MMA Cole Young, acostumado a apanhar por dinheiro, não faz ideia da herança que carrega – ou por que o Imperador da Exoterra, Shang Tsung, enviou seu melhor guerreiro, Sub-Zero, um criomancer de outro mundo, para exterminar Cole. Temendo pela segurança de sua família, Cole sai em busca de Sonya Blade por recomendação de Jax, um major das Forças Especiais que tem a mesma estranha marca de nascença na forma de dragão que Cole. Logo, ele se encontra no templo do Lorde Raiden, um Deus Ancião e protetor do reino da Terra, que acolhe aqueles que ostentam a marca. Lá, Cole treina com os experientes guerreiros Liu Kang, Kung Lao e o mercenário vigarista Kano, à medida que se prepara para enfrentar, ao lado dos maiores campeões da Terra, inimigos oriundos da Exoterra em uma arriscada batalha pelo universo. Contudo, será que ele treinará o bastante para desbloquear sua arcana — o imenso poder que existe dentro de sua alma – a tempo não só de salvar sua família, mas também de vencer a Exoterra de uma vez por todas?”
Após alguns anos de espera o novo filme que ‘reboota’ o universo de Mortal Kombat finalmente chegou aos cinemas, prometendo trazer grandes cenas de lutas, coreografias mais fieis nas batalhas, comparado aos jogos da franquia nos video games e uma história mais elaborada para enaltecer seus personagens. Mas será que todas essas promessas foram cumpridas?
O novo Mortal Kombat consegue prender a atenção do espectador durante todo o tempo, mas acaba pecando em aspectos que mereciam ser impecáveis, como as cenas de luta. A maior surpresa, claramente, são a forma como tais cenas foram pensadas para serem brutais e sangrentas. A classificação destinada para o público maior de dezoito anos possibilitou o longa trazer a verdadeira identidade da produção, que buscou ao máximo respeitar seu material de origem. Mas apesar disso, o excesso de personagens causou uma certa pressa no tempo das lutas e suas coreografias, não atingindo o ápice de toda a beleza das lutas que vemos quando jogamos em nossos consoles. Até existe alguns movimentos que são satisfatórios de ver, como os “falatlities” e “brutalities”, mas o andamento e as finalizações são de uma correria sem tamanho, acabando com toda a euforia que seria necessária para o público.
Exatamente por conta do excesso de personagens, o roteiro não consegue dar conta de todos e alguns personagens icônicos acabam sendo deixados de lado e se tornam meros lacaios, como é o caso de boa parte da equipe vilã do filme, os seres da exoterra. Em contrapartida temos personagens que se sobressaem como deveria acontecer; Scorpion e Sub-Zero brilham e transmitem angustia e empolgação em todas as vezes que aparecem. O caso das coreografias mal executas não se aplicam especificamente a eles. É visível e compreensível que todo o trabalho mais pesado da produção está em todas as cenas que envolvem esses personagens, e as atuações de Joe Taslim e Hiroyuki Sanada abrilhantam tudo ainda mais. Por outro lado, temos Cole, o protagonista do filme, interpretado por Lewis Tan e que foi criado exclusivamente para o novo filme, mas não brilha e acabou se tornando uma adição não muito boa.
Uma das melhores coisas a se notar é a trilha sonora, que até dá um ânimo para as cenas de lutam e deixa uma sensação de nostalgia, e que nos lembra as lutas do jogo. Outro ponto de atenção positiva são os figurinos que estão impecáveis. A repaginação das vestimentas que remetem mais ao oriental moderno, com armaduras texturizadas, preenchem a beleza visual do filme. Os efeitos especiais do longa também não ficam para trás. Apesar de não ser nada tão exuberante, o CGI alcança a naturalidade da paisagem. Já a montagem do longa deixa um pouco a desejar e a direção não é nada satisfatória.
Apesar dos pesares, a produção apresenta uma história rica e que merece ser estendida, porém trabalhada em algo que fuja do mero fan-service e que seja acessível para o público geral, garantindo seu espaço entre a geração mais nova que não conhece tanto os jogos ou os filmes mais antigos.
Mortal Kombat é um filme bom para um ponta pé inicial de uma nova franquia, mas pode não agradar aos que não tem muita intimidade com seus personagens em outras mídias. No fim, a produção entrega tudo o que era esperado, mas não cumpre algumas promessas e não supera as expectativas, se tornando uma produção que será esquecida ao passar dos anos caso não tenha uma sequência, o que não aconteceu nem com os filmes dos anos noventa, que apesar de não serem os favoritos do público, ainda conseguiram deixar um legado que vive até hoje.
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