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Crítica | A Hora do Desespero – Suspense se mostra previsível e recheado de clichês

O filme, estrelado por Naomi Watts, não explora nada interessante no tema abordado. 

“A Hora do Desespero”, dirigido por Phillip Noyce, é um suspense que tenta provocar grande agonia no telespectador em cerca de 80 minutos. Amy Carr (Naomi Watts) é uma recém viúva e mãe de dois filhos. Sua vida muda, mais uma vez, quando descobre que um atirador entrou na escola de seu filho mais velho, Noah (Colton Gobbo). A personagem, então, tem apenas seu celular para conseguir ajudar Noah, e também para se comunicar com as autoridades. Coincidentemente, uma tragédia, como a do filme, aconteceu há menos de um mês nos Estados Unidos. O que pode ajudar a levantar um debate sobre os recorrentes casos de massacres que ocorrem na sociedade estadunidense.

crítica a hora do desespero
Foto: Reprodução

O filme se passa em poucos cenários, com um pequeno elenco. Watts fica encarregada de atuar sozinha na maior parte da obra, falando com outros apenas pelo telefone móvel. A câmera acompanha os passos de Amy, com a intenção de registrar seu desespero. Além de demonstrar suas dificuldades para entender o que está acontecendo. 

Noyce escolheu abordar um tema delicado e complicado de trabalhar, já que pode ser fácil cair em clichês quando se fala sobre massacres em escolas. Pois não é difícil acabar entrando em uma narrativa de mocinhos e vilões. Talvez por esse motivo, o filme ficou bastante previsível e muito parecido com vários suspenses que já existem. Já no começo, é possível notar certa monotonia dos acontecimentos, o longa parece dar voltas e não sair do lugar, pelo menos até a metade da obra. Há uma falta de dinâmica, que um filme agoniante pede. Além disso, as reviravoltas não parecem convencer, muito menos pregar peças no público. As dúvidas que o filme propõe são sanadas rapidamente e sem muito esforço. Os “plot twists” não surpreendem, ao final das contas, quase tudo ocorre como o esperado. 

crítica a hora do desespero
Foto: Reprodução

No decorrer da narrativa, o longa consegue criar algumas partes agoniantes, que geram efeito em quem está assistindo. Porém, são momentos breves, que não perduram por tempo suficiente para criar uma atmosfera de suspense. A atuação de Naomi Watts é o maior ponto positivo da obra, a atriz trabalha bem no papel que lhe foi designado. Mas nem seu bom desempenho faz com que o filme convença ou se torne agradável de assistir. Muito disso, porque nem os personagens principais são aprofundados na obra. Todo o filme gira em torno de um único acontecimento e não explora nada além disso, nem mesmo os desdobramentos da situação. 

crítica a hora do desespero
Foto: Reprodução

Noyce poderia, inclusive, usar seu longa para abordar temas mais sensíveis, como o motivo de alguém entrar atirando em uma escola. Existia também a possibilidade de falar sobre o ideal armamentista americano. No geral, esse tema poderia ser usado para causar uma reflexão social. Mas o diretor optou por ficar no cinema mais convencional, sem uma narrativa de risco. Então, o que poderia ser uma história interessante, profunda e bem trabalhada, se tornou apenas mais um filme simples e comum. Em resumo, “A Hora do Desespero” é um suspense maçante, que se mostra previsível do começo ao fim. 

Nota: 2/5

Confira o trailer abaixo:

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