O Menu mostra como a arte se tornou simples consumo, e nada mais
Em O Menu, um casal decide visitar um dos restaurantes mais requisitados pela alta sociedade, junto com um grupo de pessoas influentes em diversas áreas, mas acabam percebendo que algo de estranho está acontecendo no meio desse grande evento. Evento que tem como responsável o Chefe Slowik (interpretado pelo ator Ralph Fiennes). O questionamento é: como os clientes vão reagir para conseguir fugir desse restaurante? Que se encontra em uma ilha.
Na direção, temos Mark Mylod, que dirigiu também What’s Your Number?(2011), e na produção temos Adam Mckay, que foi responsável por filmes notáveis; sendo diretor dos seguintes filmes: Don’t Look Up(2021); A Grande Aposta(2015); Vice(2018) e o filme de comédia Anchorman(2004). Além de ser produtor de outro lançamento esse ano, também no gênero de terror e suspense, Fresh (lançado pela Star+).
O filme tem uma premissa simples de reféns presos em um lugar sem escapatória, sendo partes de um jogo sádico de um responsável majoritário no território. Porém, a beleza do filme se enquadra no sarcasmo e o como a direção lida com os personagens com esse sentimento. Temos a personagem Margot (interpretada pela atriz Ana Taylor-Joy) que se mostra a mais humilde entre os clientes, e a com a melhor percepção de que algo não está certo na ilha. A relação da personagem com o Chef são um dos pontos que fazem o filme ter uma dinâmica com um bom desenvolvimento entre ambos.
Os outros personagens tem rápidos desenvolvimentos ao longo da trama, mas sem faltar nada do que o espectador tenha necessidade de saber. E o filme, mesmo tendo uma criação fotográfica, e da direção de arte, de um clima denso e escurecido, com contrastes brancos, ele consegue entregar um humor em certos momentos que funciona. Nenhuma piada entregue no filme é feita de forma gratuita, assim como é entregue as cenas de violência.
O Menu constrói, dentro do suspense criado pela atmosfera e pelos personagens, uma forte crítica a uma sociedade que não faz questão de apreciar e digerir arte; e sim ,em consumir. Algo que também é notado pelos planos detalhes sobre os alimentos prontos, como se fossem programas culinários. Sendo visto como um simples produto televiso, assim como programas de disputa culinária. Essa crítica também existe na existência e nos diálogos dos personagens presentes no restaurante.
Para quê consumir tal obra; Por quê ir tanto para um lugar e não apreciar oque tem de melhor; A necessidade de ir para um lugar para simplesmente ser reconhecido como alguém do alto padrão e ser uma figura que precisa manter certa imagem. Para o Chef, tudo isso é uma piada de mal gosto. E nenhum dos presentes liga para oque é a arte necessariamente, na sua forma mais pura.
Mesmo tendo algumas mortes com desenvolvimento apressado de certos personagens, e uma parte do arco que poderia ter sido acertada de forma mais delicada. O Menu é uma obra que consegue fazer um bom entretenimento, sem perder a sua postura em criticar uma sociedade que não sente uma real ligação com a arte, e sem nenhum respeito ao artista.
Nota: 4/5
Assista ao Trailer!
Leia Também:
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.