Crítica | Elvis é um show pirotécnico raso, salvo por Austin Butler
Elvis é um filme que se mostra com uma grandiosidade na direção de arte e com um excesso de edição que é de extrema saturação. Muitos espectadores vão possivelmente se cansar só de ficar olhando muito o tempo o filme que tenta a todo tempo mostrar quase um circo com o tanto de movimento de câmera, câmera lenta, mudanças de cortes, e excesso de cores o tempo todo, parecendo mais um videoclipe com mais de 2 horas do que realmente uma obra cinematográfica.
A ideia da narrativa ser carregada pela jornada dos últimos dias do empresário Colonel Tom, interpretado Tom Hanks (que foi indicado apior atuação em 2022 pelo Framboesa de Ouro) é algo interessante, mas o coloca como protagonista de uma obra na qual quem deveria ser o protagonista real é a figura do Elvis, que por si só exige o protagonismo de uma obra que fala sobre ele. Além de sua interpretação ser extremamente forçada e a direção transforma-lo em uma figura antagonista de filme de aventura. Oque é extremamente errado, já que é uma obra biográfica.
Porém, o filme tem o seu lado positivo de mostrar um lado de uma realidade sobre o Elvis Presley que muitos deixam de lado, a influência de Elvis na cultura Black Music e o como ele se sente extremamente ligado a tal cultura. Cultura que foi a verdadeira base para ele ter decolado, seja na música e até mesmo em seus movimentos. Funciona de um lado, mas de outro falha, como uma falsa amizade criada de Elvis com BB King(interpretado pelo ator Kelvin Harrison) que nunca existiu, mas o filme fez questão de criar sem nenhum motivo aparente.
São ótimas as aparições de artistas que são realmente os pais e mães do rock, como Little Richard e Sister Rosetta Tharpe(interpretados por Alton Mason e Yola), mas que não apresentam o tempo de tela que realmente deveriam ter. Porém, a cena musical em que eles aparecem tem uma boa direção e uma construção de roteiro com o espaço e trabalho de desenvolvimento do protagonista um pouco mais que satisfatório.
Ágora, falando sobre oque realmente mantém essa pirotecnia mal medida com uma linha narrativa bastante confusa em sua construção: Austin Butler. Sua atuação é carrega em sua dança e até em seus pequenos diálogos, e olhares, o como ele pesquisou e treinou para fazer o papel de Símbolo de uma era musical.
Tirando o excesso de maquiagem desnecessário que colocam seu personagem a quase todo momento, seu trabalho é de uma exatidão e de um trabalho tão focado que para quem já observou seus shows e videoclipes, vê um trabalho e desenvolvimento de respeito a figura que interpreta. É possível falar que o filme não seria nada além de uma grande bagunça se não fosse pelo trabalho duro da atuação exemplar de Austin como Elvis Presley.
Mas, como a maioria do filmes, não importa o quanto você tenta suprir de um lado para salvar o filme, a obra jamais será salva com um roteiro mal escrito, ou desenvolvido. E Elvis sofre de forma exaustiva com esse problema, seja nos diálogos, ou no desenvolvimento do protagonista em conjunto com o personagem “maquiavélico” interpretado por Hanks.
Mesmo o filme carregando uma adaptação bastante fidedigna de eventos televisionados e filmados com Elvis, o filme se afoga em sua afobação de jornada mal medida de dois personagens que diferem em estilo e trabalho árduo de atuação(diferença discrepante) e de caminhos a seguir, como uma direção que quer agradar ao público jovem, até os fãs do cantor, mas não consegue sair de um resultado pouco satisfatório e imaturo.
Nota: 2 / 5
Assista ao Trailer:
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