Crítica | Super Mario Bros. – O Filme é uma viagem pela estrada da memória, que te oferece uma dose psicodélica de nostalgia
O encanador mais famoso do mundo chega às telonas nesta quinta (06/04), repleto de bom humor e muitas referências a todo o universo da Nintendo em Super Mario Bros.
Já se passaram quase 30 desde que a Nintendo fez sua primeira tentativa de trazer Mario, seu personagem mais icônico para o cinema, uma abordagem incomum e surrealista dos irmãos encanadores. O fracasso do filme fez com que a Nintendo controlasse de perto durante décadas os direitos de todas as suas propriedades. Agora, anos depois e maturada em erros passados, a empresa nos entrega um ótimo filme que cativa todos os públicos, do mais jovem até o mais saudosista que controlava o bigodudo nas décadas de 80 e 90.
1981 é o ano em que Mario fez sua primeira aparição, lá no jogo do Donkey Kong, dois anos depois, ele e seu irmão Luigi tiveram seu primeiro jogo arcade. O objetivo de Mario era salvar a princesa Peach, à medida que se tornavam mais populares, o mundo crescia jogando Super Mario Bros, a cada lançamento de novo console da empresa, Mario era a estrela maior sempre. Com isso foram 200 títulos diferentes até então e parece que nunca nos cansamos do nosso herói destemido e seu irmão med|roso.
A parceria da Nintendo com a Illumination (Meu Malvado Favorito, Sing, A Vida Secreta dos Pets) foi fundamental para que o filme fosse entregue com a devida qualidade e atenção aos detalhes. Juntos formaram a mistura perfeita de nostalgia para aqueles que estão com Mario desde a infância e também para os novatos que nem conhecem o personagem ainda. A animação enche os olhos o tempo todo, é gloriosa e é bonita de se ver. Quase como se você tivesse sido puxado para o mundo de Mario por uma hora e meia que passam voando. Ótimo trabalho da dublagem, o elenco de voz faz um ótimo trabalho desenvolvendo seus personagens muito mais do que já vimos nos jogos.
A história segue Mario (Chris Pratt) e Luigi (Charlie Day), dois irmãos tentando fazer seu negócio de encanador decolar no Brooklyn. Há uma inundação catastrófica no meio da cidade e, quando os irmãos investigam o problema, são sugados por um tubo de dobra e acabam no colorido e mágico Reino do Cogumelo. Mario e Luigi se separam durante a viagem pelo cano, além disso, o Reino do Cogumelo está sendo invadido por Bowser (Jack Black), uma tartaruga gigante que cospe fogo que não vai parar por nada para dominar o mundo inteiro. Agora Mario tem que encontrar seu irmão e ajudar a Princesa Peach (Anya Taylor-Joy), a governante do Reino do Cogumelo, a derrotar Bowser.
Convenhamos que adaptações de videogame sempre foram complicadas porque é difícil incorporar todos os aspectos de uma plataforma para a outra. No entanto, Matthew Fogel tirou o máximo que pôde de vários jogos para dar a Mario, Luigi, Princesa Peach, Donkey Kong e Bowser, uma personalidade própria para cada um deles. Os co-diretores Aaron Horvath e Michael Jelenic utilizaram muito bem todos os mundos apresentados nos jogos do Mario, os power-ups foram espalhados pelo Reino do Cogumelo e, visualmente, até adicionaram o rastreamento lateral dos jogos de 8 bits enquanto ultrapassavam obstáculos. Cada detalhe que tornou o mundo de Mario algo fantástico ao longo dos anos foi apresentado neste filme.
Até agora não tivemos um filme de animação com nenhum desses personagens, então será bom para uma nova geração crescer com os mesmos personagens de 40 anos atrás novamente. Mesmo que a história não seja das mais fortes, se arrasta no meio e perde o equilíbrio depois que eles visitaram a Ilha Kongo Bongo para recrutar o exército Kong. Os jogos Mario nunca tiveram narrativas profundas, a história aqui é bastante desenvolvida, mas se você comparar com outros filmes de animação, parece esparsa. O ritmo também é vertiginoso, às vezes acelerado demais e perde tempo para o desenvolvimento dos personagens. Embora isso não estrague o filme, poderia ter usado um pouco de espaço extra para respirar.
Existem referências visuais em todos os lugares, de quase todos os jogos principais do Mario e easter eggs em todo o lugar. Esteticamente, Super Mario Bros. é lindo e é emocionante ver o Reino do Cogumelo renderizado em toda a sua glória, chega a ser surreal.
Um fato divertido é que, embora a Nintendo exista neste universo (Mario é visto jogando um NES), em vez de jogos do Mario, eles têm Jumpman, nome antigo para o personagem do Mario nos tempos do fliperama do Donkey Kong. Essa atenção aos detalhes está em todos os aspectos do design, e é bom ver que os diretores e roteiristas respeitam o material original. A trilha sonora, no geral, é excelente, misturando as melodias de Koji Kondo com material inédito de Brian Tyler.
No geral, Super Mario Bros. trata um assunto mais leve que não acrescenta muito ao cânone Mario estabelecido, mas é um filme delicioso e divertido que adultos e crianças podem desfrutar. É o filme que todos queríamos nos anos 90, quando o filme live-action foi lançado.
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