CRÍTICA | John Wick 4: Baba Yaga é o encerramento digno para a melhor franquia de ação dos últimos anos
John Wick nessa obra não se desvincula em nada de seus outros 3 respectivos filmes. Pelo contrário, seu último filme é a exibição pirotécnica e de maior exacerbação de cenas de ação comparada a todo conjunto da obra exibida ao longo desses anos. O filme executa a proposta de ser uma jornada de quase 3 horas de ação, e de um encerramento justo ao personagem protagonista em busca de acabar seus serviços para sempre à Cúpula.
Não espere atuações espetaculares, pois o filme não procura aprofundar mais ainda seus personagens, muito menos os novos que são adicionados à narrativa. O próprio Keanu Reeves demonstra especificamente que não tem mais oque acrescentar à interpretação do personagem Wick. Fora as cenas de ação, a atuação de Reeves se mostra até precária, por o próprio ator já perceber que o espectador não está interessado em muito além do sangue e dos nocautes apresentados.
Aqui temos as melhores cenas de tiroteio de toda a saga de John Wick, com plenos sequências que colocam o espectador quase como uma simulação gameficada da ação proposta. Mas que é feito de forma sem exageros desnecessários, além da simples ideia de querer colocar o espectador imerso à tal violência. Oque o filme consegue de forma esplendida, sendo com métodos do gênero Neo-noir, misturados com Western e filmes de Samurai.
Não espere de nada especial do antagonismo vindo do personagem Marquês (interpretado pelo ator Bill Skarsgård), que faz questão de mostrar um vilão que: ao mesmo tempo, se diverte com a caçada à John Wick, mas o teme sabendo de tudo que ele fez até o momento. Os novos personagens apresentados marcam uma forte presença, além de carregar bastante potência nas cenas de ação junto com John Wick. Especificamente os personagens Sr. Ninguém, Caine e Akira (interpretados pelos atores Shamier Anderson, Donnie Yen e Rina Sawayama).
O filme executa a sua proposta de forma até irônica de certa forma, pelo fato de ser um dos filmes com o maior número de cenas de ação, mas não é o filme que mais demonstra violência gráfica, como o 3° filme da franquia, que faz questão de demonstrar as cenas de corte e de espada, com bastante sangue. O filme segue a linha de filmes de ação como os de Bruce Lee, que fazem questão mais em se divertir captando o ato da violência do que de mostrar o seu resultado gráfico.
Claro que o filme tenta em alguns momentos fazer artimanhas para conduzir a obra, como uma dramaticidade em cima da cena de combate entre colegas de longa data, que parece dar começo a uma nova vingança dentro da saga, uma cena de boate com câmera lenta com musica eletrônica tentando dar uma ênfase meio cyber punk e algumas cenas exageradas demais para surpreender o espectador em alguns momentos que acabam sendo desnecessários. Pontos que não ajudam a narrativa, nem a proposta, mas que tenta corresponder à sede do espectador pelas artes marciais e o show de tiros que acontece a todo momento.
John Wick 4: Baba Yaga é um deleite aos espectadores amantes de seus últimos filmes, mostrando a ação com uma direção madura, uma criação de universo mais que satisfatória, e um grande aconchego aos fãs de filmes de ação das décadas de 80, que sentem falta da simples e autentica ação pela ação. Mesmo com suas problemáticas para tentar criar um filme de ação “icônico” de quase 3 horas, a obra satisfaz o espectador. Sugando sua completa atenção e satisfazendo sua necessidade de simplesmente apreciar um show de violência neon com Keanu Reeves sendo o Chuck Norris da nova geração.
Nota: 4/5
Assista ao Trailer:
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