CRÍTICA | Evil Dead: A Ascenção é aquilo que todos temem: só mais um terror descartável
Evil Dead: A Ascenção começa de forma parecida com os outros filmes da mesma saga, mostrando referência explicita aos filmes clássicos, seja na ambientação que a introdução do filme ocorre, até mesmo na violência. Mesmo a introdução não sendo algo que carregue o potencial absurdo que é o terror do Evil Dead, o filme consegue flertar com o espectador que sente a nostalgia dos primeiros filmes.
A narrativa que conduz o filme caminha para um lado contrário do que foi mostrado nos outros filmes. Invés de ser em uma floresta, é em uma cidade que não para de chover; invés de um casarão, é um apartamento temporário em um prédio velho, que será demolido; Invés de amigos viajando, uma família, onde cada um tem seus problemas pessoais. A mudança de cenário e personagens consegue instigar o espectador a saber como será conduzida essa estória, que se mostra quase o oposto do que é proposto dos outros filmes.
Infelizmente, a direção e o roteiro não sabem criar personagens marcantes, ou até mesmo cativantes em qualquer aspecto. Acentuo aqui um ponto que faz o filme se tornar até cômico, de uma forma negativa: Toda a narrativa só acontece, pelo fato de todos os personagens serem o estereótipo de inconsequentes, apresentando uma falta de capacidade, mínima, para se comportar em certas situações. Causando irritação no espectador, que prefere torcer mais pela derrota deles, do que por sua sobrevivência.
Mesmo Evil Dead: A Ascenção tendo um trabalho de efeitos práticos, e especiais, executados com exatidão, e com o trabalho de interpretação da atriz Alyssa Sutherland (personagem Ellie), o filme carrega uma problemática técnica que não acontece em nenhum dos outros da mesma Saga: É uma obra, exageradamente, escura. Mesmo os outros filmes também sendo filmados como se fossem ambientes a noite, no novo filme, muito do que é o mais aterrorizante da obra, não dá para enxergar.
Além das péssimas atuações dos atores Morgan Davies e Gabrielle Echols(personagens Danny e Bridget), o filme contém uma trilha que é invasiva na maior parte do tempo e não consegue formar planos que mostrem a violência de forma incômoda em quase nenhum momento, além da cena com o ralador de queijo. O filme consegue ter um trabalho de som chamativo, mas fica de lado como só mais um complemento do personagem Danny. Personagem que é um dos fatores do filme ser tão incomodo em demonstrar a falta de capacidade de raciocínio mínimo, da primeira cena a sua última.
As cenas que envolvem gore e excrementos não conseguem nem causar o desconforto proposto do filmes de 2013, muito menos a ideia cômica do exagero do segundo filme, de 1987. Fazendo com que a obra não entregue o espectador o sentimento, quase catártico, que tanto esperava ver, seja na violência e nos exageros.
Para aqueles que não conhecem as outras obras com o nome Evil Dead, esse filme causa o sentimento semelhante a muitos filmes de terror da atualidade ligados a vertente demoníaca e espirituosa, mas com um pouco mais de sangue (e uma cena que envolve um olho. Provavelmente, a melhor do filme). E para os amantes dos filmes loucos com o protagonismo de Bruce Campbell como Ash, a obra é apenas uma forma de acariciar a nostalgia com pequenas referências e com cenas de terror rápidas e indolores à um espectador que tenta fugir do tédio cotidiano, mas não consegue fugir disso com essa obra.
Evil Dead: A Ascenção é um filme raso, pouco criativo naquilo que poderia fazer, com um trabalho precário de desenvolvimento de personagens, com um trabalho técnico que é, simplesmente, funcional, com alguns movimentos de câmera criativos. Nem todo sangue do mundo, conseguiu compensar o filme mais tedioso e precário da saga Evil Dead.
Nota: 1,5\5
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