CRÍTICA | Pânico 6 deixa o terror slasher de lado, e investe no gênero investigativo
Pânico 6 começa de uma forma bastante diferente, comparado aos outros filmes da franquia. A introdução consegue fisgar o espectador com a ansiedade de saber oque vai ocorrer naquele espaço urbano e aglomerado, além do diálogo que acontece no telefone no primeiro ato entre os personagens Laura Crane e Jason Carvey (interpretados pelos atores Samara Weaving e Tony Revolori) que brinca com a lógica da narrativa da forma que é tratada a figura do GhostFace.
Assim como o segundo filme da franquia, o filme acontece em uma universidade. Não é necessário nem falar de que muito do que é apresentado nesse filme remete ao segundo, mas não é algo que afeta o bastante o espectador para resultar em algo tedioso e premeditado. Até pelo fato de que os personagens policiais apresentados, que são responsáveis pela investigação dos assassinatos, conseguem dar uma ênfase no sentido estético e na atuação, conseguindo dar ênfase a uma narrativa investigativa.
Para os grandes amantes de uma violência gráfica, esse filme decide seguir um caminho mais sóbrio em fazer tais cenas. Até mesmo as cenas que deveriam apresentar muito mais sangue, são feitas de formas sóbrias e sem mostrar explicitamente nos planos capturados. Mas, a ausência da violência gráfica, é recompensada com cenas de ação e de fugas rápidas que são dirigidas de forma delicada e sem ansiedade para causar no espectador o susto, ou entregar a violência de forma “solta” e apelativa.
A personagem Sam Carpenter e sua irmã Tara Carpenter (interpretadas por Melissa Barrera e Jenna Ortega) são as principais peças dramáticas, que conectam o espectador com as mesmas. Os conflitos entre elas, como cada uma toca suas vidas depois dos acontecimentos de eventos traumatizantes de um ano atrás, e como cada uma delas são afetadas por questões envolvendo o passado e a mídia. Sem contar o fato de que, Sam Carpenter se mostra capaz de ser uma ótima nova protagonista da franquia. Mesmo tendo um desenvolvimento diferente, e com atitudes diferenciadas com as primeiras obras.
O filme consegue ter uma direção e montagem executadas de forma exemplar, e um trabalho de diálogos orgânico que faz o espectador entrar naquela estória interessado no que vem até eles a cada cena. Algo que é atrapalhado pelos resto dos personagens que são apresentados apenas para pontos de romance na obra, ou para ficar explicando ponto à ponto sobre como os universos cinematográficos funcionam (Mindy Meeks só serviu para isso nesse filme e no último de 2022. Interpretada pela atriz Jasmin Savoy Brown).
A produção estética do filme não foge do costume, e continua sendo uma narrativa composta em ambientações fechadas, com pouca iluminação e, de preferência, em casas super mal protegidas(como em todos os filmes da franquia, erro que o espectador acaba só aceitando, e continua a aproveitar tal viagem aterrorizante). Necessário apontar que a franquia está chegando ao limite sobre a questão da metalinguagem cinematográfica aplicada em todas as narrativas. Algo que esse filme consegue fazer de forma sóbria e em pequenos atos e diálogos.
O filme se influencia de forma escancarada com o segundo filme da franquia, investe na estética e no trabalho interpretativo no seguimento investigativo, pouca violência explicita, e com um desenvolvimento de protagonista, que faz o espectador se interessar no futuro dela nessa franquia. Sem contar a ideia das máscaras que vão aparecendo a cada assassinato, lembrando até mesmo a ideia do filme Seven: Os sete pecados Capitais, de David Fincher.
Pânico 6, é um bom filme de suspense e de entretenimento, principalmente aos espectadores mais novos, que não sentiram a experiência de ter visto o segundo filme da franquia, dirigida por Wes Craven. Mesmo com bastantes erros de condução e de dar um novo caminho a franquia, o filme consegue cativar o espectador para a jornada de sobrevivência da personagem Sam.
Nota: 3,5/5
Assista ao Trailer:
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