Crítica | O Regime: Entre fungos e beterrabas, o absurdo regime de Kate Winslet, em uma intrigante minissérie da Max
No primeiro episódio de “O Regime”, a paranoia domina o palácio da chanceler Elena Vernham. Estranhos aparelhos estão espalhados pelos corredores e a umidade deve ser constantemente medida para controlar a presença de um fungo misterioso. Tudo muda após a chegada do mentalmente instável Cabo Zubak, mas não para o melhor. Um estranho relacionamento se forma, que coloca a segurança e futuro de uma fictícia nação europeia em perigo. Para os personagens é um caos, mas para quem assiste aos seis episódios dessa minissérie, é uma hilária e imprevisível jornada.
Acompanhamos um governo se tornando instável. A governanta soberana interpretada pela magnífica Kate Winslet, inicialmente se apresenta como uma imponente líder. Porém, lentamente se revela uma pessoa frágil, quando conhece o igualmente atormentado Cabo Zubak, trazido à vida por Matthias Schoenaerts em uma insana performance. Adicionalmente, Andrea Riseborough se destaca como uma mãe presa aos quereres de sua superior.
O Regime | HBO | Max
Um ótimo design de produção retrata a mudança nos ambientes do palácio, que refletem a psique da chanceler, desde estarem cobertas por plástico, até cheias de batatas, que de acordo com o cabo, são curadoras. Também apresenta referências visuais divertidas a “O Grande Hotel Budapeste”. Além disso, uma excelente trilha sonora pelo premiado Alexandre Desplat, mistura sons que lembram hinos militares misturados com uma melodia quase mágica.
A condução da narrativa lembra Kafka e George Orwell, onde uma controladora líder, cujas inseguranças a levam a tomar decisões inacreditáveis, como iniciar uma conspiração envolvendo beterrabas. Porém, é possível ver um lado humano, que revelam traumas do passado, mostrado em cenas em que a protagonista conversa com o caixão de seu pai.
O ritmo é rápido e diversos momentos imprevisíveis são chocantes. Mas eles vem ao custo de personagens tomarem decisões não condizentes com suas ações. Mesmo assim, “O Regime” é uma ótima adição ao catálogo da Max, que deve surpreender o público. Ótimas atuações, especialmente da Kate Winslet e Andrea Riseborough, design de produção e história, elevam essa minissérie em meio a muitas outras.
Leia também:
- CRÍTICA | 1ª temporada de Invencível dá um novo frescor pro gênero sem perder sua essência
- CRÍTICA | 2ª temporada de Invencível mostra a dificuldade de superar um trauma
- CRÍTICA | Uma Prova de Coragem é um filme que oferece uma prova de paciência
- CRÍTICA | Godzilla e Kong: O Novo Império exagera na medida certa em seu universo de monstros
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.