CRÍTICA | X-Men ’97 equilibra nostalgia e modernidade
Mesmo com alguns tropeços, X-Men ’97 torna-se uma bela resposta para uma Marvel desacreditada
“X-Men ’97” chega em um momento delicado para o Marvel Studios, já que o estúdio enfrenta críticas negativas e descontentamento do público, com seus recentes lançamentos, tanto nos cinemas, quanto nas séries. Com toda essa pressão em cima de Kevin Feige e sua equipe, será que a animação da vez foi satisfatória?
A história, aqui, se passa logo após os eventos de “X-Men: The Animated Series” (1992-1997), com o Professor Xavier supostamente morto e Magneto assumindo o controle dos X-Men, conforme o testamento deixado.
X-Men ’97 I Marvel Studios
Uma nova formação é logo apresentada, com a participação de muitos personagens conhecidos, embora também seja notável a ausência de membros importantes para a trama (o que não significa que eles não aparecerão posteriormente).
Beau DeMayo (“The Witcher: Lenda do Lobo”) é o responsável pela criação, desde o roteiro até o desenho e as cenas de ação de “X-Men ’97”. Mesmo sendo demitido após o lançamento, a produção já estava pronta e nesse sentido, a animação acerta em todos os aspectos. Embora nunca seja 100% fiel às HQs, o que não é garantia de sucesso algum, é definitivamente uma das melhores adaptações dos mutantes, já feita.
O nível de respeito ao material original é alto, e a forma como as histórias se conectam, para introduzir novos personagens, tramas e abordagens, é muito coerente. Além disso, vemos a verdadeira extensão dos poderes de cada um dos heróis.
X-Men ’97 I Marvel Studios
Se você for assistir à animação original dos X-Men, vai perceber que, em muitos momentos, ela é impressionante, mesmo que pareça estranha em algum ponto. Em “X-Men ’97”, por outro lado, tudo é, visualmente, deslumbrante o tempo todo.
A música clássica da abertura, de Haim Saban (“Power Rangers”) e Shuki Levy (“He-Man”), foi refeita, e temos uma trilha sonora, adaptada de forma completa e emocionante, ao longo de todos os episódios. Isso se combina com um excelente trabalho de dublagem da equipe brasileira, que proporciona uma imersão total.
Quanto às cenas de ação, a forma como os poderes de cada personagem são expressos é emocionante, desde os telepatas até o magnetismo de Magneto (Matthew Waterson/Charles Dalla), as transformações de Morfo (JP Karliak/Fernando Mendonça) e a telecinesia de Jean Grey (Jennifer Hale/Sylvia Salustti), entre outros. Tudo é uma homenagem à série clássica, mas está de acordo com o que esperamos de uma animação moderna.
X-Men ’97 I Marvel Studios
Cada episódio de “X-Men ’97” é envolvente por si só e possui momentos emocionantes. Além disso, o roteiro dá vida e personalidade a cada um dos personagens. A trama é bem desenvolvida e condiz com a animação original, preparando terreno para o futuro. Tanto os vilões que retornam quanto os novos que chegam conseguem seu espaço sem contradições.
A adaptação das sagas das HQs é feita de forma competente, mesmo que não seja extremamente fiel. Ainda assim, alguns momentos, como o julgamento de Magneto (Matthew Waterson/Charles Dalla) ou a remoção dos ossos de Wolverine (Cathal J. Dodd/Luiz Feier Motta), são quase idênticos aos quadrinhos.
Em resumo, a Marvel acertou ao focar nos mutantes para sua nova fase. “X-Men ’97” é perfeita, tanto para os fãs antigos quanto para os novatos que não conhecem muito dos X-Men. Um belo pontapé, para uma nova fase do estúdio.
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