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CRÍTICA | The Acolyte tem boas ideias, mas perdidas na galáxia

Prometendo inovação, a The Acolyte tropeça em execuções pobres, conveniências na história e falta de originalidade.

“The Acolyte” tinha todos os elementos para revitalizar a franquia Star Wars, algo pedido há tempos. Situada em um período até então inexplorado na saga, com um bom elenco e uma criadora competente, a série prometia ser um novo grande acerto, semelhante ao sucesso de “Andor” (2022). No entanto, boas intenções não garantem nada, e o resultado é mais uma nova decepção, na já tumultuada jornada do Universo criado por George Lucas, em 1977, e nesse momento nas mãos da Disney.

Ambientada séculos antes dos eventos do filme “Episódio I – A Ameaça Fantasma” (1999), a trama da vez explora a Alta República, quando os Jedi estão no auge de seu poder e os Sith, supostamente, extintos há milênios.

A história segue a jovem Osha (Amandla Stenberg), uma descendente de um clã de poderosas bruxas da Força, que acaba se envolvendo em um conflito delicado, quando sua irmã gêmea, Mae (também interpretada por Stenberg) a impede de seguir sua jornada. Ao mesmo tempo, se inicia uma nova onda de assassinatos contra Mestres Jedi, pela galáxia.

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The Acolyte I Disney+

Distante da Família Skywalker, dos Mandalorianos e das Estrelas da Morte, a criadora e roteirista Leslye Headland (“Boneca Russa”) adota inicialmente um tom detetivesco, semelhante a um “CSI: Investigação Criminal”, só que no espaço.

Porém, a narrativa, apesar de uma promessa interessante, logo se torna morna e irregular, expondo as fragilidades de um projeto mal adaptado para o formato seriado. A pobreza técnica, visto desde o cenário até as bizarras coreografias das lutas, num roteiro cheio de falhas comprometem ainda mais a produção.

O uso dos poderes da Força, por exemplo, é recheado de conveniências, tornando a trama bem previsível e sem emoção alguma. A série também sofre com a reciclagem de elementos, já visto em produções anteriores de Star Wars, tirando qualquer originalidade, que poderia existir, da narrativa.

A execução arrastada de “The Acolyte”, mesmo com uma trama, aparentemente, objetiva, deixa a impressão de que tudo poderia ter sido resolvido em um filme de duas horas. Com, ao todo, oito episódios, a série parece muito mais longa do que realmente é, evidenciando uma grande perturbação na Força. Amanda Stenberg (“Jogos Vorazes”) se desdobra nos papéis das gêmeas protagonistas Osha e Mae, mas não convence plenamente nem como heroína nem como vilã.

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The Acolyte I Disney+

Ao menos, as empolgantes batalhas e duelos de sabre de luz trazem uma sensação de combate real à série, inspiradas por filmes de artes marciais orientais, algo já característico em Star Wars. No entanto, isso não é suficiente para salvar o projeto.

Além disso, a trilha sonora, apesar de competente, não consegue elevar as cenas mais importantes, resultando em momentos que deveriam ser emocionantes, mas acabam sendo apenas medianos. Os efeitos especiais, em algumas sequências, são impressionantes, mas em outras deixam a desejar, destacando a inconsistência na qualidade da produção.

Outro ponto fraco é o desenvolvimento dos personagens secundários, que são pouco explorados e não conseguem criar uma conexão significativa com o público.

Mesmo com a tentativa de introduzir novos elementos e expandir o universo de Star Wars, “The Acolyte” acaba por falhar em entregar uma narrativa coesa e envolvente. O potencial estava lá, mas a execução deixou muito a desejar, fazendo com que a série fosse apenas mais uma tentativa frustrada de reviver a magia da franquia.

No final, “The Acolyte” é mais um exemplo para Disney/Star Wars de que, na galáxia, boas intenções não são suficientes para criar uma produção memorável.

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