Skip to main content

CRITICA | Sem a tensão do primeiro, O Poço 2 falha em conceitos básicos

Sequência do sucesso da NETFLIX, O Poço 2 passa longe da tensão claustrofóbica de seu antecessor

Lançado durante a pandemia de COVID 19, “O Poço” se tornou um dos maiores sucessos NETFLIX por conta de sua premissa original e seu clima de tensão, que leva à discussão sobre a crueza humana dentro de uma prisão vertical que limita os prisioneiros a lutarem pela coisa mais básica de todas: comida.

Lançada em um outro contexto, sua sequência nos leva novamente à mesma prisão, aonde encontramos novos personagens que não chegam aos pés do carisma de Trimagasi, personagem que retorna no filme, porém, sem a mesma potência que apresentava.

Sem perder tempo explicando as regras já apresentadas em seu antecessor, algo que faz falta em diversos momentos, a sequência discute a força e o perigo do fanatismo religioso e deixa a discussão sobre capitalismo para o segundo plano.

Dentro da prisão, somos introduzidos à Perempuán, uma mulher que entra na prisão para refletir sobre um ato acidental que causou, interpretada por Milena Smit, e Zamiatin, um enorme homem que não apresenta tanta força quanto deveria ter, Hovic Keuchkerian, além de outros personagens que aparecem no primeiro filme, porém, após 5 anos de seu lançamento, acabam sendo esquecidos por grande parte do público e enxergados como novos.

O poço 2

Perempuán e Zamiatin em cena de “O Poço 2”- Divulgado pela Netflix

O trailer de “O Poço 2” apresentava uma forte atmosfera de tensão, porém, o filme em si falha justamente em seu ritmo, com diversos furos de roteiro que contradizem mandamentos estabelecidos como canônicos durante o primeiro filme, a produção tenta ocasionar reviravoltas e surpresas ao público por meio de acontecimentos chocantes, mas, falha em sua execução. Sua cena final é o maior exemplo disso, aonde aprendemos que cronologicamente o filme se passa antes do primeiro, assim, abrindo margem para mais sequências que não chegarão à tensão do primeiro filme.

Apesar do retorno de Galder Gaztelu-Urrutia na direção, a produção fracassa em regras básicas de narrativa, seja em personagens, construção de tensão ou de espaço, que não se apresenta tão claustrofóbico e isolador quanto o primeiro filme, assim, fazendo com que até mesmo seu antecessor, que já não é tão forte narrativamente, se torne ainda mais fraco.

Leia também:

Deixe um comentário