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CRÍTICA (FESTIVAL DO RIO) | A Hora do Orvalho junta drama e comédia em um filme conforto

Dirigido por Marco Risi, A Hora do Orvalho apresenta uma reflexão sobre o tempo e o que aprendemos com ele.

A Hora do Orvalho retrata a história de Carlo, um jovem que após ocasionar um acidente, deve fazer trabalho comunitário em uma casa de repouso para idosos, assim, convivendo com diversos personagens e aprendendo sobre humildade ao longo do processo.

Apesar da premissa já ter sido vista anteriormente em diversas produções, o que torna A Hora do Orvalho especial, é a poesia trazida pelas suas cenas, unificando na mesma cena um sentimento de felicidade e ao mesmo tempo de melancolia, seja um paciente com alzheimer dançando feliz ao som de “Riderá” de Little Tony ou uma alegre guerra de bolas de neve com um triste fim.

Na palestra inicial antes do filme, com presença do diretor Marco Risi e a atriz Lucia Rossi, o público soube que a ideia original do filme surgiu faz 20 anos, inicialmente, Marco Risi se identificava com os personagens mais jovens como Carlo, porém, atualmente se identifica mais com os personagens mais velhos como Dido, uma união de Marco com o seu próprio pai, construindo um dos personagens mais ricos de toda a produção.

Cada um dos residentes da casa de repouso apresenta algo que o destaca, seja o coronel do exército que não se dá bem com o filho, as irmãs que não se separam, o sedutor, o romântico, entre outros. Porém, o ponto forte do filme é a relação de Carlo com Dido, um fotógrafo que sempre desejou ver leões. Dido atua como mentor do jovem, levando-o a criar uma empatia e o ensinando a lidar com a culpa que sente.

A Hora do Orvalho

Os residentes da casa de repouso comemoram o natal em “A Hora do Orvalho”- Foto divulgada pelo Festival do Rio

O grande destaque de A Hora do Orvalho são as interações entre estes personagens, sempre de forma singela e extremamente poética, apesar de alguns pequenos furos no roteiro, ao final, o projeto é lindo, uma lembrança que me veio foi o filme “Os Rejeitados”, principalmente por ambos serem filmes do século passado e lidarem com pessoas amarguradas, geralmente invisíveis para grande parte do mundo, porém, que descobrem um próprio brilho.

A mensagem que tiramos de A Hora do Orvalho, além de boas risadas e lágrimas, é que tudo passa, e principalmente: tudo muda. Relações, sentimentos, vontades, ambições, porém, apesar de tudo isso, no fundo mantemos quem nós somos desde o começo, precisando de um auxilio e de um abraço amigo para realmente alcançarmos nosso potencial, algo que acontece para a grande maioria dos personagens da produção.

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