Ainda Estou Aqui: Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello falam sobre reconhecimento do cinema nacional em coletiva

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Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (03), um dia após a premiação do Oscar, o cineasta Walter Salles e os atores Fernanda Torres e Selton Mello refletiram sobre a importância do cinema, o reconhecimento internacional do filme Ainda Estou Aqui e o atual momento político.

Ao ser questionado sobre o prêmio de Melhor Filme Internacional, Salles ressaltou que a conquista não pertence a ele individualmente, mas ao coletivo. “O prêmio não é pra mim, é pro coletivo. Ele foi pensado coletivamente”, afirmou, destacando a essência colaborativa do cinema.

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Walter Salles ao lado de Fernanda Torres (Robyn Beck/AFP)

O cineasta também chamou atenção para o simbolismo do momento, relacionando-o ao cenário político e social. “Acho que a gente está vivendo algo que não esperei ver tão cedo: um processo de fragilização crescente da democracia”, disse.

Salles mencionou ainda a recepção calorosa de sua obra nos Estados Unidos, onde o filme encontrou forte ressonância. Segundo ele, as temáticas abordadas refletem uma realidade que também inquieta a sociedade americana, tornando Ainda Estou Aqui um espelho de preocupações universais sobre democracia e direitos sociais.

Ainda Estou Aqui e a força do cinema independente e a polifonia brasileira

O reconhecimento internacional do filme foi um dos destaques da coletiva. Fernanda Torres, que viveu Eunice Paiva na trama, comentou sobre a recepção do longa em diferentes países, incluindo no Oscar. A atriz revelou que Sean Baker, diretor de Anora — vencedor da categoria de Melhor Filme —, conversou com ela sobre como enxerga Ainda Estou Aqui como um legítimo representante do cinema independente.

“Ontem foi um dia do cinema independente no Oscar”, declarou Fernanda, ressaltando que o filme de Salles carrega o espírito do cinema de grupo, no qual a coletividade se sobrepõe ao estrelato individual.

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Fernanda Torres na coletiva (TV Globo/Reprodução)

Fernanda também compartilhou como sua personagem a transformou como atriz. “Eu nunca pensei na minha carreira, a Eunice me transformou como atriz”, afirmou. Segundo ela, a experiência foi uma das mais autênticas de sua trajetória profissional. “Parece real, parece uma família, não parece cinema – e por isso é tão cinema”, refletiu, destacando a honestidade da atuação e a naturalidade do elenco.

Selton Mello e a celebração do cinema brasileiro

Selton Mello também expressou sua felicidade com o reconhecimento do filme e da equipe. O ator destacou o impacto da produção tanto no Brasil quanto no exterior e a importância da diversidade de vozes no cinema nacional.

O tom da coletiva foi de gratidão ao cinema independente e à força do trabalho coletivo. Para os artistas, o reconhecimento não é apenas sobre um filme, mas sobre a potência do cinema brasileiro e sua capacidade de emocionar, questionar e provocar.

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