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Crítica | Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

“1968: O Ano que mudou o Mundo”, o ano das revoltas estudantis pelo globo, o ano dos descontentes. A mudança é a marca desse icônico ano, que por sua vez, é a data em que se passa “Histórias Assustadoras para Contar no Escuro” (2019), terror ausente de qualquer mudança significativa entre o gênero.

Histórias Assustadoras para Contar no Escuro” só adota a data como meio de inserir uma ambientação histórica muito bem feita e imersiva, mas as inovações passam longe de sua trama e estruturas narrativas. A nostalgia é o que reina.

Mas antes, a sinopse oficial: “A cidade de Mill Valley é assombrada há décadas pelos mistérios envolvendo o casarão da família Bellows. Em 1968, a jovem Sarah Bellows, uma garota problemática que mantinha um mau relacionamento com os pais, foi ao porão para escrever um livro repleto de histórias macabras. Décadas mais tarde, um grupo de adolescentes descobre o livro e começa a investigar o passado de Sarah. No entanto, as histórias do livro começam a se tornar reais.“.

Crítica | Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

Imagem promocional. “CBS Filmes”.

Dito isto, voltemos ao assunto principal:

Histórias Assustadoras para Contar no Escuro” não é ruim, claro que não. Mas, falta um elemento novo, aquele negócio que te faz pular da cadeira (muito mais do que um sustinho básico e um gritinho ali em outra cena). O terror e o medo devem ser induzidos de outras formas e surpreender o espectador.

Nós adoramos relembrar o passado, mas no caso de “Histórias Assustadoras para Contar no Escuro”, a lembrança impede o novo e o ousado. Os clichês estão todos lá: adolescentes (excluidos/”estranhos”) enfrentando uma ameaça do além, policiais ausentes e idiotas, cidadezinha pequena e uma astuta protagonista.

Os personagens não se destacam muito, parecem paródias de um conto de Stephen King. Um “Stranger Things” sem muito tempo de tela, se posso exagerar. São, no geral, mais do mesmo do que já foi explorado dentro do gênero.

Os clichês novamente são exagerados e usados de maneira errônea pelos inúmeros roteiristas, incluindo o magnífico Guilhermo Del Toro (“Hellboy“). A história se desenvolve bem, apesar de alguns momentos arrastados e tediosos.

O final poderia ter se apoiado em decisões fortes tomadas ao redor da trama, mas acaba escolhendo um caminho mais fácil (sem spoilers), novamente, menos inovador e até covarde, se me permitem.

Crítica | Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

Cena de “Histórias Assustadoras para Contar no Escuro”. “CBS Films”.

Os dois pontos altos são: a fotografia e a protagonista Stella. Comecemos pela primeira, a maioria das cenas é linda, com belos cenários, com destaque para a incrível sequência da “sala vermelha”. De tirar o fôlego até!

Um sopro de novidade em meio à um mar de nostalgia, representado pelos inúmeros pôsteres de filmes de terror no quarto de Stella. Sem contar, o cinema drive-in passando o clássico “A Noite dos Mortos Vivos” (1968).

Influenciado pelos clássicos do gênero, esteticamente, o diretor André Øvredal acerta em cheio, mas lhe falta coração. O único personagem com emoções acima da média é a protagonista Stella (Zoe Margaret Colletti), marcada por um excelente arco evolutivo e uma boa ligação com o desenrolar da história.

Crítica | Histórias Assustadoras para Contar no Escuro

Cena de “Histórias Assustadoras para Contar no Escuro”. “CBS Films”.

O resultado não é um filme inovador e incrível, mas uma boa forma de entretenimento. Você pode se emocionar e gostar das situações, afinal, este é o objetivo final do cinema. Não é horrível, mas podia pelo menos tentar ser mais.

A produção e a ambientação são os aspectos mais notáveis e inovadores de “Histórias Assustadoras para Contar no Escuro“. Em alguns momentos, a câmera parece procurar ângulos e situações inovadoras. A perspectiva da nostalgia empobrece o filme, mas bons elementos ainda estão lá.

Ps: O filme está disponível no Prime Video. Em tempos de quarentena, recomendo.

Nota: 2,5/5

Assista ao Trailer:

https://youtu.be/u-y3Z34YkiY

Créditos ao autor:

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