Autor: João Argento

  • O Hóspede Americano | Superprodução brasileira da HBO Max estreia dia 26 de setembro; confira

    O Hóspede Americano | Superprodução brasileira da HBO Max estreia dia 26 de setembro; confira

    No próximo domingo (26), ‘O Hóspede Americano‘ – minissérie brasileira criada e dirigida por Bruno Barreto (‘Dona Flor e Seus Dois Maridos‘) – estreia na HBO e na HBO Max. Baseada em fatos reais, a produção conta a história da expedição do ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt (Aidan Quinn), pela região amazônica, ao lado do Coronel Cândido Rondon (Chico Diaz), um explorador brasileiro.

    Sinopse: A trama se passa no início do século 20. Depois de uma dura derrota na campanha presidencial americana, Roosevelt parte em busca de sua juventude perdida na selva brasileira, ao lado de seu amigo de longa data Farrel Nash (David Herman) e do filho Kermit (Chris Mason), com o objetivo de explorar o último rio não cartografado do país: o Rio da Dúvida, em Rondônia. Numa viagem repleta de perigos mortais, o ex-presidente conta com o apoio do sertanista, então militar responsável por interligar as regiões mais remotas do país. Nesta jornada, os dois homens de perfis distintos terão que testar os seus limites físicos e morais, além de aprender a lidar com suas personalidades conflitantes para sobreviver.

    O elenco de ‘O Hóspede Americano‘ – que reúne grande nomes do cinema – conta, ainda, com Dana DelanyTrevor EveTheodoro CochraneJeff PopeNick WestrateMaya KazanCláudio JaborandyArilson LucasJoão Côrtes, Michel GomesArieta CorrêaLuisa Rosa e Gene Jones.

    O Hóspede Americano
    O Hóspede Americano/HBO Max

    Para a divulgação da minissérie, foi realizada, na última sexta-feira (17), uma Coletiva de Imprensa com a presença do criador Bruno Barreto, do roteirista Matthew Chapman e dos atores Aidan Quinn, Chris Mason e Dana Delany. No bate-papo virtual, eles revelaram detalhes da produção, assim como suas inspirações para dar vida ao projeto e as expectativas para o lançamento. Bruno Barreto deu o pontapé inicial à discussão:

    Eu queria muito contar essa história, porque acho que Theodore Roosevelt é um personagem incrível. Eu acredito que Theodore incorpora algo muito raro nos dias de hoje, que é a complexidade. Em uma época de polarização, onde as coisas são boas ou más e a vida é tão simplificada, eu acredito que Roosevelt é um sopro de ar fresco. Mesmo que ele tenha vivido há mais de 100 anos“, disse.

    Na sequência, foi a vez do roteirista Matthew Chapman comentar sobre o que o levou a escrever o roteiro de ‘O Hóspede Americano‘. Segundo ele, a dicotomia do ex-presidente dos Estados Unidos e o contexto de sua viagem à Amazônia foram determinantes para que a história ganhasse vida.

    Eu estive na Amazônia alguns anos atrás, é um lugar lindo. E eu também estava muito interessado no Roosevelt e no quão extremamente complicado ele era, um americano do pior e do melhor tipo. Ele era bem agressivo, mas também era muito bom. Ele mudou toda a sua vida e virou um defensor dos direitos das mulheres e dos direitos trabalhistas. Sem ele protegendo essas coisas, nós teríamos muitos problemas. Então ter um personagem como ele, indo a um lugar como a Amazônia – que é o centro das notícias, conhecida como o pulmão do mundo – e encontrando alguém como o Coronel Rondon, que procura tanto proteger o local, faz com que tenhamos uma boa narrativa”, comentou.

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    O Hóspede Americano/HBO Max

    Na rodada de perguntas para o elenco, Aidan Quinn e Dana Delany, que interpretam Theodore Roosevelt e Edith Roosevelt, respectivamente, comentaram sobre o que os atraiu para o projeto. Tomando a dianteira do assunto, Aidan analisou alguns aspectos de sua carreira e revelou um antigo desejo por um papel que realmente o desafiasse:

    É engraçado como a vida te dá as coisas. Eu já tive grandes papéis durante toda a minha carreira, mas passei um bom tempo interpretando personagens coadjuvantes. Meu último trabalho foi em uma série de TV, novamente dando vida à um personagem de apoio. Quando a série foi finalizada, eu rezei a Deus: por favor, me mande algo que valha o meu talento, algo em que eu use tudo o que eu tenho. Eu não esperava que Deus fosse me levar tão a sério, porque esse papel em ‘O Hóspede Americano‘ exigiu tudo de mim e de todos que estavam envolvidos. No momento que eu terminei de ler o roteiro brilhante de Matthew, eu parei e pensei: essa vai ser a coisa mais difícil que eu já fiz, mas eu tenho que fazer. É um personagem incrível, é uma história extraordinária“, disse.

    Logo em seguida, Dana Delany seguiu por um caminho diferente e falou sobre algumas de suas paixões – que incluem o Brasil e, também, a história de amor entre Theodore e Edith:

    Eu tenho uma longa história com Matthew, Bruno e com o Brasil. Um dos primeiros filmes que eu fiz foi filmado no Brasil (‘Where the River Runs Black‘), fomos para a Amazônia e para Belém. E Bruno foi o produtor naquele filme. Eu me apaixonei na hora pelo Brasil. Então, quando Matthew e Bruno me falaram sobre o roteiro de ‘O Hóspede Americano‘ e eu soube da oportunidade de voltar ao Brasil, não pude negar. Além disso, eu amo essa relação entre Roosevelt e Edith, porque é uma verdadeira história de amor. Eles se conheciam desde crianças, ele casou com outra mulher e, no fim, eles finalmente se reencontraram e se casaram. É uma das maiores histórias de amor“, finalizou.

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    O Hóspede Americano/HBO Max

    Além do material apresentado exclusivamente na Coletiva de Imprensa, a assessoria da HBO Max divulgou, também, a descrição dos personagens de ‘O Hóspede Americano‘. Confira:

    • Theodore Roosevelt (Aidan Quinn): Presidente dos Estados Unidos no início do século passado (1901 a 1909) e, à época, o homem mais poderoso do mundo. Primeiro presidente americano a ganhar o Prêmio Nobel da Paz. Explorador brilhante e corajoso, mas impetuoso, o que poderia levá-lo tanto a vitórias, como também a fracassos. Precisava estar sempre em ação, para evitar a depressão.
    • Edith Roosevelt (Dana Delany): Mulher de Roosevelt. Inteligente, politicamente astuta e socialmente confiante. Edith conhece Theodore melhor do que ninguém, e não tem medo de confrontá-lo.
    • Coronel Cândido Rondon (Chico Diaz): Também comandante na expedição para desbravar o Rio da Dúvida, ao lado de Theodore Roosevelt. Ícone brasileiro, um militar pacifista, que estava mapeando o Oeste do Brasil. Protetor inflexivo dos direitos das tribos primitivas da região, seu lema era “Morrer se necessário for; matar jamais”. Bondoso, impiedoso e disciplinador, do tipo que as pessoas amam ou odeiam.
    • Kermit Roosevelt (Chris Mason): Filho de Roosevelt, bonito e inteligente. Não está bem consigo mesmo, o que o leva ao alcoolismo. Ele ama e admira o pai, mas cresceu à sombra dele e, por isso, quer encontrar a própria identidade.

    O Hóspede Americano‘ estreia dia 26 de setembro na HBO Max.

    Assista ao trailer:

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  • Crítica | Ameaça Profunda

    Crítica | Ameaça Profunda

    Em 9 de janeiro de 2020 somos apresentados a uma das primeiras grandes produções de ficção científica do ano. Com um orçamento que beira os 80 milhões de dólares, “Ameaça Profunda” (“Underwater”, no original) é dirigido por William Eubank e conta com o protagonismo de Kristen Stewart e ainda com nomes como T.J. Miller e Vincent Cassel em uma aventura de tirar o fôlego.

    Em “Ameaça Profunda”, seis membros de uma tripulação estão presos em uma instalação submarina a onze mil metros de profundidade que está sendo inundada em alta velocidade como resultado de um terremoto devastador. A única chance de sobrevivência da equipe é atravessar o leito oceânico até uma distante plataforma abandonada, caminhando nas profundezas marítimas com quantidade insuficiente de oxigênio. Além dos desafios físicos envolvidos na viagem, eles rapidamente descobrem que estão sendo caçados por predadores marinhos misteriosos e que, para escaparem, medidas extremas e planos precisos precisarão ser executados.

    Ameaça Profunda
    Ameaça Profunda / 20th Century Fox

    “Ameaça Profunda” foi, provavelmente, uma das produções mais prejudicadas pela compra da 20th Century Fox pela Walt Disney Company. Filmado em 2017, o longa chega aos cinemas sem a chance de participar das últimas temporadas de premiações e com a missão de inaugurar o calendário de 2020. Contudo, apesar do cenário conturbado que envolveu o seu lançamento, a espera vale a pena e o filme cumpre bem o seu objetivo, entregando ao espectador tudo o que se pode esperar de uma ficção e agradando aos fãs do gênero, fato que o fez ser chamado de “Armageddon debaixo d’água”.

    A dose de suspense inserida em “Underwater” por sua dupla de roteiristas (Adam Cozad e Brian Duffield) e por seu diretor é certeira, de modo que a ansiedade e a adrenalina durante o filme são crescentes, assim como o tamanho das criaturas. Ficamos vidrados em cada cena de ação que se mostra de maneira completamente claustrofóbica e envolvente e nos tornamos o oitavo membro da equipe sobrevivente, tendo a chance de nos sentirmos dentro do filme e de presenciar e enfrentar cada corredor submerso escuro e cada ataque sombrio das profundezas.

    Um dos pontos fracos do filme, contudo, é o desenvolvimento raso de certos personagens. Norah (Kristen Stewart) é um dos poucos e incríveis pontos fora da curva nesse quesito. A atriz está excelente e praticamente carrega o peso dramático dessa equipe nas costas, trazendo à vida uma personagem profunda e bastante real. Seguida bem de perto, temos o Capitão (Vincent Cassel), que vive um papel complexo por ter diversos dilemas para lidar, ao mesmo tempo em que precisa comandar e tranquilizar todo o seu grupo. O resto da equipe, porém, não tem a mesma sorte. Paul (T.J. Miller) não passa de um alívio cômico, apesar de funcionar bem no papel que precisa desempenhar em meio ao cenário caótico que somos apresentados. Emily (Jessica Henwick) e Liam (John Gallagher), que formam um casal completamente sem química que não têm peso algum para quem assiste, e Rodrigo (Mamoudou Athie), um grande potencial para a obra que é desperdiçado pela presença reduzida. A não identificação do público para com alguns personagens é um problema, uma vez que a obra conta com, literalmente, 7 atores.

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    Ameaça Profunda / 20th Century Fox

    O ambiente do filme é aterrorizante e contribui muito para o tom desejado pelos produtores. O design de produção cria uma atmosfera de horror completamente imersiva, com um plano de fundo subaquático que dá medo, uma vez que a constante água turva limita nossa visão e a guia apenas para onde os responsáveis desejam que olhemos, tornando tudo mais imprevisível e assustador. Porém, a adaptação desse tom, por vezes, se limita ao uso de uma câmera descontrolada para nos desorientar e a falas expositivas que têm como objetivo dar mais peso e significado para os acontecimentos do que eles próprios conseguem transmitir. O filme transita na corda bamba entre pontos extremamente bons e certos momentos forçados.

    “Ameaça Profunda” é um primor visual e conta com isso para se distanciar de outras produções e para estabelecer seu lugar na prateleira das ficções. Kristen Stewart é o principal ponto positivo do filme e, juntamente com o tom de suspense e horror adotado, transformam o que, para alguns, pode ser considerado mais do mesmo. Dentre fatores positivos e fatores negativos, “Underwater” é uma grande opção de entretenimento e abre o calendário de 2020 do cinema com o merecido status de uma grande ficção.

    Nota: 4/5

    Assista ao trailer:

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