A produção da Apple TV consegue criar um clima existencialista e melancólico com uma fotografia com mais frames e com baixíssima saturação. Juntando o fato da história contada se passar durante a Guerra Civil dos Estados Unidos e como o filme trabalha os castigos nos quais os escravos são obrigados a passar.
Will Smith consegue atuar como um escravo vindo do Haiti de forma convincente, mesmo o roteiro não ajudando com excessos de clichês e com frases motivacionais cristãs, em meio a uma narrativa que demonstra um lado de extremo peso sobre uma falta de humanidade no povo majoritariamente branco dos EUA no final do século XIX.
Além do discurso problemático que o filme transborda, a utilização mal medida dos clichês, e uma atuação de antagonista que é o mais puro estereotipo esperado de um personagem malvado em um filme sobre escravidão(o personagem Fassel, interpretado pelo ator Ben Foster), o filme não sabe medir seu tempo e aproveitamento durante a narrativa.
Sem contar o fato de que Emancipation tenta exaltar a participação de homens negros livres, ou refugiados de fazendas do sul, como soldados no front. O ato de romantizar a utilização de homens que acabam de se tornar livres como soldados fica ainda mais ridículo com uma trilha sonora forçada e cenas de câmera lenta, quase como uma propaganda pró guerra.
A obra também contém furos de roteiro explícitos e desrespeitosos até com os espectadores leigos do mundo cinematográfico, tendo facilitações narrativas baratas e utilização de cenas densas de forma desleixadas.
Mesmo a parte técnica sendo feita de forma delicada, o roteiro e outros problemas já citados transformam a experiência de ser uma homenagem a um sobrevivente de tempos caóticos em mais um filme simplista, e uma propaganda barata sobre a força da fé cristã.
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.