CRÍTICA (FESTIVAL RIO) | A Vilã das Nove é tudo que um bom filme deve ser
Dirigido por Teodoro Poppovic, A Vilã das Nove mistura comédia, drama e metalinguagem em uma produção surpreendente.
Na metade de A Vilã das Nove eu percebi que estava com um sorriso de ponta a ponta, eu não estava com muitas expectativas, porém, desde seu inicio, percebe-se algo grandioso. A produção conta a história de Roberta, uma mãe recém-separada que se descobre a principal inspiração para a vilã da novela das nove.
O nome da produção já transmite o tom almejado, na medida que a novela brasileira ainda apresenta picos enormes de audiência, e faz sucesso internacional, uma produção com o nome de A Vilã das Nove, por conta de nosso inconsciente coletivo de brasileiro, já é um nome que atrai público.
A Vilã das Nove discute uma metalinguagem em seu processo, mostrando os bastidores desde a construção narrativa, até os problemas que podem surgir durante os sets de filmagem. O diretor Teodoro Poppovic se inspirou em produções que discutem o próprio cinema como Sunset Boulevard (1950) de Billy Wilder e Barton Fink (1991) dos Irmãos Coen, trazendo uma mistura de gêneros para a produção que variam do drama à comédia.
A maior força de A Vilã das Nove se mostra em seu trio de mulheres protagonistas. Karine Teles, Camila Márdila e Alice Wegmann, apresentam personagens distintas entre si, seja de idade ou de construção psicológica, porém, todas apresentam uma aura, conseguindo roubar o holofote para si, porém, nunca privando as demais de seu momento de glória.
Cena de “A Vilã das Nove”- Foto divulgada pelo Festival do Rio
O elenco de A Vilã das Nove como um todo é cheio de surpresas, com destaque para Antônio Pitanga por uma das cenas mais engraçadas de toda a produção. Tudo sendo conduzido por um roteiro coeso que sabe muito bem aonde quer chegar e como pretende alcançar, auxiliado por uma fotografia simples, mas, eficiente, e uma direção de arte bem feita que aprecia muito uma dicotomia de branco e vermelho, presente algumas vezes em interações diversas.
Para fechar com chave de ouro, A Vilã das Nove produz uma potente história sobre maternidade e a importância de se redimir com o passado, trazendo momentos leves que acrescentam aos momentos mais dramáticos, principalmente na relação entre Roberta, Karine Teles, e Débora, Alice Wegmann, que conseguem prender o espectador do mesmo modo que toda boa novela.
Antes de seu lançamento nacional no dia 31 de Outubro, A Vilã das Nove terá mais uma sessão no Festival do Rio e seguirá em seguida para a mostra de cinema de SP.
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