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Como série de bruxaria, Agatha Desde Sempre é excelente

Agatha Desde Sempre prova seu potencial ao fugir de uma fórmula desgastada

Caso você procure as séries da Marvel no IMDB (Internet Movie Database), todas estão incluídas dentro do subgênero de super herói, de Wandavision até Echo, porém, se você abrir a página de Agatha Desde Sempre, o primeiro subgênero é de fantasia sobrenatural, e isto diz muito sobre a série.

Uma sequência direta de Wandavision, Agatha Desde Sempre foca na bruxa Agatha Harkness após ser libertada do encanto lançado pela Feiticeira Escarlate. Ao conhecer um adolescente, eles formam um coven para assim andarem o caminho das bruxas e buscarem os seus maiores desejos.

Por conta de ser a primeira série do MCU pensada exclusivamente para o formato de série, e não um filme estendido por 6 horas, como Gavião Arqueiro e o tenebroso Invasão Secreta , e apresentando um orçamento mais modesto, o que permite muitas liberdades criativas, Agatha Desde Sempre tira sua força de três grandes pilares: atuação, roteiro e coragem.

Em questão de atuação: Kathryn Hahn está super confortável de volta no papel, agora em seu momento de redenção, apresenta destaque, mas, se torna uma personagem secundária dentro da própria história, em pró de novos personagens como Aubrey Plaza, em uma personagem perfeita para o seu modo expansiva, e por Joe Locke, o grande destaque da produção, e a maior ligação com Wandavision.

Agatha Desde Sempre

Aubrey Plaza em cena de Agatha Desde Sempre- Divulgação/Disney

Dentro de um universo fantástico que remete à produções juvenis dos anos 2000, o roteiro nos leva em uma jornada pequena, porém, muito bem construída, cada desafio do caminho das bruxas é único, seja uma espécie de escape 60, uma batalha de bandas, ou um jogo de tarot, cada parte permitindo que os personagens liberem o seu potencial.

Apesar da produção apresentar maior liberdade do que outras do MCU, Agatha Desde Sempre se mantém no seguro, ousando principalmente em seus três últimos episódios, porém, perdendo oportunidades ao longo do resto da série de construir, entre muitas coisas, a primeira produção realmente de horror em 16 anos de produções Marvel.

As 7 bruxas de Salem, o demônio durante a batalha de bandas, a possessão de Agatha no cenário anos 80, entre outros momentos, demonstram como a produção apresentava material para realmente trazer algo assustador, porém, perdendo estas oportunidades em pró de uma construção intimista de personagens que alcança seu auge nos 3 episódios finais.

Um consenso entre os fãs da produção, é que o 7º episódio de Agatha Desde Sempre, Se a morte me encontrar, é o melhor da temporada. Focando na história pregressa de Lilia, o episódio é uma aula de construção narrativa em um tempo inferior à 30 minutos, lidando com diversas linhas temporais, evoluindo os personagens e trazendo uma maturidade que não explorada dentro do MCU.

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Kathryn Hann e Joe Locke em cena de Agatha Desde Sempre- Divulgação/Disney

O episódio 8, do mesmo modo que Wandavision, não consegue escapar do final dicotômico da maioria de produções da Marvel em que o bem luta contra o mal, sempre auxiliado por efeitos visuais. Em contrapartida, o episódio 9 de Agatha Desde Sempre traz um merecido descanso.

Bruxa, Mãe e Algoz é o episódio mais lento em questão de ritmo, mostrando as origens de Agatha e do caminho das bruxas, porém, trazendo uma resolução e um conforto necessário dentro de uma produção que merece parabéns pela ousadia, apresentando como protagonista uma personagem praticamente desconhecida, ousando em questões sexuais que eram inexistentes em produções anteriores, e que com muita coragem e um bom roteiro, trouxe um respiro em um desgaste da fórmula do sub gênero de heróis.

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