Crítica | Aterrorizante 2 é o terror gore que continua potente na atualidade
O palhaço ART continua sendo a maior ameaça do filme(interpretado pelo mesmo ator David Howard Thornton) sendo uma figura sobrenatural que aterroriza jovens no dia das bruxas. Mas o filme é complementado com a jornada de uma estudante que não sabe se ART é real, e se deve enfrentá-lo.
O filme, assim como o primeiro, continua com uma estética fria, mas com muita mistura de cores como azul e laranja desbotadas, e com um trabalho mais delicado na direção de arte e efeitos práticos que a primeira obra. Aterrorizante 2 mostra ter mais orçamento que o primeiro filme, e o diretor faz questão de mostrar isso na obra.
As cenas de violência são parte do entretenimento da obra, mesmo elas sendo muitas vezes gratuitas, algo que persiste desde o primeiro longa. Mas o diretor consegue injetar uma narrativa com novos personagens que consegue fazer o espectador torcer por eles. Algo que dá errado com frequência em filmes do gênero.
Um dos pontos da obra que faz o espectador criar uma conexão diferenciada na obra é a capacidade da violência ser mostrada na tela de forma cômica em certas cenas, junto com a atuação de David Howard Thornton. Não esquecendo as seguintes atuações:
Lauren LaVera (como Sienna Shaw); Elliot Fullam (como Jonathan) e Sarah Voigt(como a mãe de Sienna). As interpretações citadas conseguem criar empatia por cada personagem e sentir quando se perde um deles, algo difícil em um filme que não foca em algo dramático em sua proposta geral.
A introdução da nova personagem, A Garota Pálida (interpretada por Amelie McLain) acontece de forma mal medida, e sua presença não é tão aterrorizante e forte como a do palhaço ART. Mesmo tendo a sua função mínima na condução da narrativa.
Aterrorizante 2 também contém uma trilha sonora que nos remete a filmes de fantasia e aventura dos anos 80, feita completamente por teclado além de um bom trabalho de figurino. Algo acentuado na sequência final da obra com as fantasias de Halloween.
A obra em seu conjunto consegue executar aquilo que é proposto desde o primeiro filme. Mesmo com um tempo a mais desnecessário, e com a saturação de cenas violentas, o filme consegue divertir o espectador apreciador do gênero de terror gore. Claro, para os que não se sentem a vontade em ver cenas de extrema violência, sendo a maioria de mutilação, pode não ser a melhor experiência.
A cena pós-crédito dá a entender que vai ocorrer um terceiro filme, ainda com a ameaça do palhaço ART. Porém, o diretor demonstrou nesse filme que faz questão de executar uma obra com mais de 2 horas com mais da metade do filme sendo cenas de violência gráfica.
No primeiro filme, até a penúltima sequência do segundo, o diretor pode estar sugerindo o como a violência pode ser uma forma de entretenimento para muitos espectadores. Algo que faz sentido com a utilização do personagem Jonathan, que é um garoto jovem fascinado por coisas macabras e assassinatos. Um retrato trágico de muitos jovens nos Estados Unidos, mas que não deixa de ter sua parcela de realidade.
Porém, é possível observar que o filme não se trata de algo denso em seu discurso, mesmo com o excesso de violência. É um filme que segue o simples discurso de mostrar para o espectador a experiência que ele tanto procura, mas com uma linha narrativa sustentável até certo ponto, e não algo displicente.
Mas, se a ideia do diretor é fazer mais uma obra, que contenha os mesmos elementos, e que não seja algo saturado, deve ter muito cuidado para não chegar ao ponto da saga Halloween, onde ninguém mais liga para oque vai acontecer com Michael Myers.
Nota: 3/5
Assista ao trailer:
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