Crítica | 007 – Sem Tempo Para Morrer – Sincero, sedutor e emocional
007 – Sem Tempo Para Morrer é último filme da franquia 007 protagonizado por Daniel Craig e traz momentos que aquecem o coração dos fãs ao prestar homenagens ao passado e abraçar o futuro mesmo sem o retorno do ator. Isso tudo de forma sedutora, sincera e emocional.
Sinopse: Em 007 – Sem Tempo Para Morrer, Bond deixou o serviço ativo e está desfrutando de uma vida tranquila na Jamaica. Sua paz não dura muito quando seu velho amigo Felix Leiter, da CIA, aparece pedindo ajuda. A missão de resgatar um cientista sequestrado acaba sendo muito mais traiçoeira do que o esperado, levando Bond à trilha de um vilão misterioso armado com nova tecnologia perigosa.
007 – Sem Tempo Para Morrer finalmente está chegando às telonas em território nacional. O Longa que foi um dos muitos afetados pelas ondas de adiamentos devido a pandemia de covid-19 traz o ator Daniel Craig de volta para sua última interpretação do personagem. Há muito se especula qual seria o futuro da franquia sem Craig, inclusive alguns afirmam que o futuro da franquia será mais inclusivo com uma mulher sobre o codinome de Agente 007. Mas calma, fica relax, porque esse texto não conterá spoilers.
A nível de antagonismo, 007 – Sem Tempo Para Morrer traz o pior vilão da franquia. Interpretado pelo talentoso Rami Malek, vencedor do Oscar de Melhor Ator por Bohemian Rhapsody, Lyutsifer Safin não consegue sustentar o antagonismo e acaba se tornando um vilão que tenta inovar na vilania, mas no fim acaba sendo um elemento de controvérsia; nem o roteiro e muito menos a direção conseguiram extrair o máximo de Malek (ou o mínimo) e dar o devido destaque que o premiado ator merece. Suas cenas são repletas de falas genéricas e confusão quanto a sua história dentro do longa, tornando-o cansativo e decepcionante.
O roteiro ultra colaborativo, que conta com a talentosíssima Phoebe Waller-Bridge, traz uma delicadeza na história de James Bond, e segue para um rumo bem diferente de qualquer outro filme que acompanha a vida do agente britânico. Sem Tempo Para Morrer é um longa corajoso que leva todos os seus personagens ao seu ápice (exceto pelo vilão) e finaliza o que tem que finalizar de forma satisfatória e deixa em aberto o que ainda pode e deve ser explorado.
A direção de Cary Joji Fukun é excelente e consegue colaborar bem com a proposta presente no roteiro. O diretor traz belíssimas tomadas e uma exploração dos seus recursos que trazem mais vida e emoção ao espectador. Existem alguns pontos que não são tão positivos assim, como os já citados, mas de forma geral, Fukun conseguiu se sair bem em sua responsabilidade de finalizar a franquia.
A fotografia do longa é esplendida e o trabalho sonoro é impecável. O que mais chama atenção é a trilha sonora que deixa tudo ainda mais imponente e épico graças ao incrível trabalho do inigualável Hans Zimmer, que se mostra mais uma vez mais que competente e transforma qualquer cena em uma obra prima com a sua música de fundo. Os créditos positivos também vão para a cantora e compositora Billie Eilish que entregou uma canção digna de Oscar e que traz uma letra poderosa com uma mensagem que casa perfeitamente com a trama do filme.
Daniel Craig retorna ainda mais exuberante e confortável sob a pele do personagem-título. O ator finaliza seu trabalho com maestria e com muito sentimento, deixando a sensação de saudade e a vontade de prolongamento desse trabalho. Craig mostra todo o seu potencial e o entendimento do caminho para o qual seu personagem seguiu, dando a alma e o coração que o projeto necessita com uma atuação que faz os olhos marejarem em certos momentos. A química do ator com a atriz francesa Léa Seydoux transborda sensualidade e paixão, deixando o espectador envolto em sua relação.
Apesar da longa duração, 007 – Sem Tempo Para Morrer, mantém o elenco fixo dos filmes anteriores, mas explora diversos personagens em participações especiais, deixando um gostinho de quero mais que parece ser proposital e pode levar a franquia para novos caminhos. Lashana Lynch, que faz parte do elenco fixo do longa, se torna a personagem mais interessante e mostra capacidade em ser a primeira mulher a interpretar um Agente 007. Uma das muitas participações traz a atriz Ana de Armas que encanta os olhos sem seu pouco tempo de tela e também se mostra capaz em seu papel, tornando-se digna de um filme derivado para chamar de seu.
O longa consegue trazer uma diversidade sem forçar a barra e com relevância. A ascensão das mulheres é forte e segue de forma natural, assim como a representatividade étnica e LGBT. Sem Tempo Para Morrer traz desconstruções que vão desde os personagens de apoio até o próprio personagem que dá título à franquia, e sem tirar sua essência.
No fim, 007 – Sem Tempo Para Morrer é um ótimo encerramento, mas também é um perfeito início para o que ficou em aberto e que pode possivelmente ser explorado. O longa beira ao impecável, sendo uma das produções mais corajosas de todas as franquias do 007 nos levando ao desconhecido com alma, coração, muita sensualidade e emoção.
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