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CRÍTICA | 2° Temporada de A Casa do Dragão se torna uma promessa de um futuro brilhante, mas arrastado

A Casa do Dragão parece um trailer longo, preparando o terreno para os momentos épicos que estão por vir.

A segunda temporada de “A Casa do Dragão” é como um prato gourmet com uma apresentação impecável, mas que deixa a desejar no sabor. Cada episódio parece mais um trailer longo e provocante para o que está por vir, prometendo um banquete de emoções futuras, mas nos servindo apenas aperitivos.

Após a saída de Miguel Sapochnik. A série seguiu nas mãos do showrunner Ryan J. Condal, que parece ter perdido um pouco a mão ao decorrer da série, fazendo falta alguém que pudesse ter o auxiliado melhor em certas decisões na trama. Mesmo com com o autor George R.R. Martin envolvido na construção da trama, acaba passando a impressão que ele não está interferindo em nada nas decisões de A Casa do Dragão.

CRÍTICA | 2° Temporada de A Casa do Dragão se torna uma promessa de um futuro brilhante, mas arrastado

A Casa do Dragão | HBO | Max

Daemon Targaryen (Matt Smith), é uma joia rara, mas nesta temporada, ele parece mais uma peça decorativa esquecida em Harrenhal. Suas alucinações, embora intrigantes, soam como um recurso para preencher o vazio da trama, subutilizando tanto o personagem quanto o talento de Smith. É como ter um diamante bruto e usá-lo como peso de papel. Os produtores perderam a chance de explorar a complexidade de Daemon, deixando os espectadores ávidos por mais do que meras aparições sem sentido.

Alicent Hightower (Olivia Cooke) é um exemplo clássico de um personagem mal desenvolvido. Na trama, ela mais parece uma barata tonta, correndo de um lado para o outro sem propósito claro, vitimizada por circunstâncias que nunca a deixam brilhar. A falta de profundidade em sua construção deixa um vazio que nem as melhores atuações podem preencher. Ela precisava de um roteiro que permitisse sua evolução, mostrando não apenas suas fraquezas, mas também sua força e resiliência.

Rhaenyra (Emma D’Arcy) é uma protagonista poderosa, mas nesta temporada, ela parece estar presa em um loop interminável, andando em círculos para preencher o tempo de tela. Nos poucos episódios em que realmente brilha, ela nos lembra do seu potencial, mas esses momentos são escassos. É frustrante ver uma personagem com tanto a oferecer ser totalmente nerfada em diversas ocasiões, servindo apenas para manter a narrativa em movimento, sem realmente avançar. Mesmo com o potencial da personagem desperdiçado, Emma D’Arcy tira leite de pedra e nos entrega mais uma vez uma atuação de excelência, assim como foi feito na 1° temporada.

A trilha sonora de Ramin Djawadi eleva a série a outro patamar novamente. Sua música é uma constante, uma certeza de qualidade em meio à incerteza narrativa. Cada nota é cuidadosamente composta para evocar emoções profundas, lembrando-nos das glórias passadas de “Game of Thrones” e criando uma ligação emocional de calmaria em meio ao caos, que nos faz continuar assistindo, apesar dos tropeços.

CRÍTICA | 2° Temporada de A Casa do Dragão se torna uma promessa de um futuro brilhante, mas arrastado

A Casa do Dragão | HBO | Max

Não há dúvidas de que “A Casa do Dragão” mantém o altíssimo padrão de produção pelo qual a HBO é conhecida. Cada episódio é um espetáculo visual, com cenários deslumbrantes, efeitos especiais de última geração, e uma atenção aos detalhes que beira a perfeição. Desde os grandiosos castelos de Westeros até as majestosas batalhas aéreas entre dragões, a série nunca decepciona em termos de qualidade técnica. O design de produção, a cinematografia e a direção de arte são impecáveis, mostrando que, independentemente dos desafios narrativos, a série entrega uma experiência visual de tirar o fôlego.

A primeira temporada de “A Casa do Dragão” se destacou pelas atuações intensas e pela capacidade de extrair o melhor da selvageria de cada personagem. Na segunda temporada, essa exigência parece ter sido atenuada, resultando em performances que, embora competentes, carecem do mesmo brilho. A cautela excessiva na trama pode ter impedido que os atores também alcançassem seu pleno potencial, deixando-nos com a sensação de que algo está faltando.

A segunda temporada de “A Casa do Dragão” se torna uma obra de arte visual e auditiva, que peca pela falta de objetividade e desenvolvimento de personagens. Com atuações padrões e uma narrativa que parece andar em círculos, ela deixa os espectadores ansiosos por um futuro que promete ser brilhante, mas que ainda não chegou. A esperança é que os produtores aprendam com esses deslizes e nos entreguem uma terceira temporada que faça jus ao potencial imenso da série. Mesmo com esses pontos de melhoria, é inegável que a produção da HBO continua a nos proporcionar uma experiência cinematográfica de altíssimo nível, que nos faz acreditar em um futuro extremamente promissor para a série.

Os 8 episódios de A Casa do Dragão já se encontram disponíveis na Max.

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