CRÍTICA | A Pequena Sereia consegue entreter, mesmo sendo mais uma apelação nostálgica da Disney
A Pequena Sereia da versão original em animação não é um filme tão marcante como as outras feitas pelo mesmo estúdio. É um filme que tem sua marca por algumas músicas e pelos traços de cabelos ruivos e delicados da protagonista, mas sempre foi longe de ser uma personagem fortemente simbólica em comparação com as outras princesas em formato de animação dos estúdios Disney. Algo que aquele que vos escreve tentou deixar de lado ao ver a obra nova em formato live action.
Em questão narrativa, o filme lembra bastante o original, mas tenta arrumar mais artimanhas ligadas à humor com personagens secundários. Métodos que, no geral, até funcionam para capturar o espectador ou tornar o filme um pouco mais cativante ás novas gerações. O CGI do filme claramente é exagerado, mas não tem como ter outra interpretação, até pelo fato de que tivemos a pouco tempo Avatar: O Caminho da Água. Filme que precisou de anos de produção para alcançar tal efeito fenomenal entregue ás telas. É impossível entregar um resultado meramente parecido em um filme que, nota-se, parece que foi completamente feito em estúdio.
Quando digo que é um filme que foi feito claramente em estúdio, não estou querendo enfatizar o óbvio, mas avisar ao espectador que: se está pensando em encontrar uma obra cinematográfica que tenha certa beleza ao se ver na tela, essa será a maior decepção no final da sessão. Pois o filme parece, no quesito técnico, interpretativo e em produção, uma filmagem de série voltada para o público infantil. É como se fosse um produto voltado para se passar na televisão, no antigo canal Disney Channel, não em uma tela de cinema. Algo que, além de raso, é quase desrespeitoso e feio de ser executado em uma tela de cinema.
Oque consegue salvar a obra em ser algo pelo menos cômico ao espectador, é o contraste da atuação madura e dramática de Halle Bailey e da dublagem dos personagens secundários feitos de CGI. Tal contraste, faz o filme funcionar para cativar o público em busca de uma certa nostalgia de fácil busca e para fisgar algumas risadas do público mais infantil, mas que é estragado pela necessidade do filme usar os efeitos especiais em geral como o principal fator de todo o filme funcionar. Algo que torna o filme uma obra, visivelmente, preguiçosa.
Os trabalhos de atuação, fora o da atriz protagonista, fica entorno de algo entretido até o carisma mais baixo possível de ser entregue (acentuando nesse ponto específico, o trabalho do ator Jonah Hauer-King, como Príncipe Eric). É possível encontrar um mínimo de esforço vindo dos personagens Ursula e o Rei Tritão (interpretados por Melissa McCarthy e Javier Bardem) que mostram saber estar em um filme de fraco empenho, mas que querem fazer algo com pelo menos algum peso de atuação para o público, oque Bardem consegue, simplesmente, com sua presença, que faz jus ao personagem.
É necessário enfatizar todos os erros cometidos de forma estética e técnica pela obra, pois o final tem uma resolução rasa e uma resposta melodramática por conta de todos os conjuntos de erros apontados anteriormente. Além desse filme fazer parte de uma resposta da Disney em simplesmente conseguir dinheiro de forma ridiculamente fácil, com apelação nostálgica e afirmando cada vez mais a crise criativa que os grandes estúdios dos EUA estão fazendo questão de mostrar como não ligam para isso contanto que continue a pagar por obras como essa.
A Pequena Sereia é só mais um filme live action raso dos estúdios Disney, que não se preocupa em nada além de querer abraçar o espectador com músicas nostálgicas, cenas musicais compostas da forma mais artificial possível e sendo salvo por alguns momentos cômicos responsáveis pelo trabalho de dublagem por trás de seres em CGI.
Nota: 2,5/5
Assista ao Trailer:
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