CRÍTICA | Abigail empolga e diverte em uma renovação de um gênero já saturado desde os primórdios
Chega aos cinemas nesta quinta feira (18), Abigail, um dos filmes de terror mais aguardados do ano e que traz as telas uma nova roupagem para os filmes de vampiro.
Desde Georges Méliès e O Solar do Diabo em 1896, Nosferatu de 1922 até Blade em 1998 e porque não citar Crepúsculo em 2008, não é de hoje que vemos os vampiros presentes nas telonas. Essas criaturas geram fascínio no público seja pela sua mítica, seja pela história contada na tela, podemos observar que as histórias se modificam com o passar dos tempos. Os vampiros surgiram como seres de puro mal, sedutores e misteriosos. Hoje ao invés de assustar eles têm a simpatia do público, sendo personagens com muitos conflitos internos e que sabem amar.
É aí que entram Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, diretores que renovaram a franquia Pânico e que sabem lidar com algo que é cânone para muitos. Mais um trabalho consistente da dupla de diretores que consegue trazer para as telas um filme que é sim uma mistura de muitas produções recentes, de Casamento Sangrento ( que também foi feito pela dupla) até M3GAN!, mas que renova um gênero já saturado com tantos filmes ruins sobre vampiros.
Abigail | Universal Pictures
Abigail conta a história de como 6 criminosos vão sobreviver 24h presos dentro de uma mansão com uma criaturinha sanguessuga. Em seus personagens temos todos os clichês possíveis, a mãe ausente, ex-viciada Joey (Melissa Barrera, Pânico V), o ex-policial Frank (Dan Stevens, A Bela e a Fera), o brutamontes Peter (Kevin Durand, X-Men Origens: Wolverine), o ex-militar Rickles (William Catlet, Constelação), o piadista sem noção Dean (Angus Cloud, Euphoria) e a adolescente hacker Sammy (Kathryn Newton, O Mundo Sombrio de Sabrina).
Esse é o grupo designado para sequestrar a pequena Abigail (Alisha Weir, Matilda), que vem de uma família abastada e os criminosos esperam um resgate de 50 milhões de dólares, mas para que isso aconteça eles tem que ficar 24h com a garota a espera de um suposto contato do pai da garota. Mal sabem eles o que os espera escondido atrás de um rostinho inocente de uma criança.
Abigail | Universal Pictures
Abigail demora um pouco antes de passar de um thriller policial a um filme de vampiro encharcado de sangue. O longa é uma bagunça sangrenta. Os efeitos práticos são bons e a cinematografia também é muito boa. Bettinelli-Olpin e Gillet repetem muitas ideias, elementos visuais e narrativos de toda a sua filmografia, portanto a originalidade é inexistente. O enredo se baseia em muito humor macabro e litros de sangue.
Destaque para a direção de arte e de como ela conversa com a narrativa o tempo todo, a cena que abre o filme com Abigail dançando Cisne Negro no momento em que ele mostra seu lado obscuro é genial e já dita o que veremos ao longo do filme. Além da parte técnica, vale ressaltar a atuação de Alisha Weir, sua formação como dançarina a ajuda a dar elegância aos seus movimentos, mas também a ser muito assustadora quando quer. A jovem de 14 anos é capaz de transmitir tanto a inocência quanto o medo de uma garota sequestrada, bem como dar a imagem aterrorizante de um vampiro centenário.
Abigail | Universal Pictures
A repetição de ideias é um ponto fraco do filme, assim como seus personagens pouco estruturados, fazem bem o papel, mas não geram empatia, fica muito claro desde o início quem é o protagonista. Uma típica garota bonita dos filmes de terror, porém mais durona, em sintonia com os tempos atuais, não me parece que será uma personagem memorável. No final das contas, o mais notável é a jovem Alisha, que devora o filme e seus colegas de elenco, literal e figurativamente.
Abigail é um filme de terror simples, extremamente divertido e interessante, com um elenco simpático, nada mais e nada menos.
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