Crítica | Alma de Cowboy
Em um faroeste urbano, Idris Elba enfrenta um de seus maiores papéis: o de ser pai! A nova produção da Netflix “Alma de Cowboy” traz uma discussão velada sobre a paternidade e a luta dos moradores de um bairro da Filadélfia.
Cowboy sempre foi uma palavra que me remetia ao velho oeste, pessoas com suas armas e seus cavalos lutando por um pedaço de terra ou conduzindo uma boiada. Talvez essa ideia esteja um tanto quanto ultrapassada. Deixando o velho oeste para trás, Alma de Cowboy mostra que veio para quebrar os paradigmas sobre a imagem por trás de um verdadeiro montador de cavalos.
Alma de Cowboy traz um jovem complicado de lidar e um tanto quanto rebelde. Cole ( Caleb McLaughlin) que é expulso de casa pela própria mãe após a saturar com os problemas que ele se metia na escola e com a polícia. Sem saber que estava indo para a casa do pai, Cole é o adolescente comum e revoltado, que culpa o pai ausente por todos os seus problemas.
O pai de Cole, Harp ( Idris Elba) é um cowboy conhecido e respeitado num pequeno bairro da Filadélfia, nos Estados Unidos, onde vivem um grupo de caubóis do asfalto e grandes seleiros. As reuniões em volta de fogueiras e a presença constante dos cavalos não é algo que agrade tanto Cole, apesar da narrativa nos levar a entender que o personagem cresceu lá, ele já não se considera mais parte dessa comunidade.
Infeliz, Cole se junta ao amigo de infância Smush (Jharrel Jerome), que é má companhia e acaba o metendo em uma guerra entre os traficantes da Filadélfia. Fazendo com que Cole tenha que decidir entre o tráfico e a vida tranquila cuidando de cavalos.
Apesar da história não chamar tanto a atenção num primeiro momento, é o clichê que acaba salvando toda a história. A ligação entre pai e filho misturados com a ligação do garoto com os cavalos acaba por prender o telespectador pelas 1h50 de duração.
Mesmo com a aparência de durão do personagem Harp, ele consegue passar todas as lições e mostra que o objetivo do pequeno grupo de cuidadores de cavalos e cowboys é tentar manter os jovens longe do crime e de más influências.
A força da produção só é apresentada de fato nos crédito, que acabam por revelar que a maior parte dos personagens apresentados no longa fazem parte de fato do Clube Fletcher Street, trazendo a magia à narrativa ao contar histórias reais e trazer a cultura dos cowboys do asfalto.
Em termos técnicos o filme não falha, ele entrega tudo aquilo que foi apresentado de início, e traz a conclusão necessária para a história. Dirigido por Ricky Staub, Alma de Cowboy se fez um serviço necessário.
Não posso deixar de citar a minha grata surpresa ao ver o Caleb McLaughlin atuando em algo sólido. Já havia me surpreendido com ele em Stranger Things, mas ter ele separado de outros adolescentes, trazendo um personagem complicado e tão intenso foi realmente sensacional. Acredito que tenha sido o match perfeito entre o Caleb e Idris Elba.
Por fim, Alma de Cowboy conseguiu me surpreender em vários aspectos. Não é um filme fácil, e também não é o tipo que agrada todos os gostos, mas apresentar uma cultura real e um tanto quanto desconhecida sempre vai encher os meus olhos.
Alma de Cowboy estreia dia 2 de Abril na Netflix.
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