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Crítica | “Avatar: O Caminho da Água” faz aquilo que propõe, um espetáculo audiovisual

O último filme de James Cameron( Avatar: O Caminho da Água ) mostra de forma concisa o porquê de tanta demora da estreia da continuação da maior bilheteria da história do cinema. Além do fato da evolução dos efeitos especiais, Cameron não se contenta com oque ele criou no primeiro filme. Cameron faz questão de mostrar que quer construir um universo detalhado dentro do que foi apresentado na primeira obra.

É possível enxergar isso, não pelo trabalho dos personagens, mas pelo trabalho de criação de um meio ambiente tão belo. James Cameron se mostrou sempre ativo sobre pautas ambientais, até mesmo em vindas ao Brasil, e aqui é o grito dele sobre a importância de preservar tamanha beleza que o ser humano faz questão de destruir. E consegue fazer isso de forma magistral, utilizando do entretenimento.

Sobre a construção de narrativa, é algo um pouco mais ousado. Ousadia que as vezes resulta em algo empolgante para o futuro da saga Avatar, mas em outros pontos, atrapalha a obra em si. Começando pela volta do mesmo antagonista do primeiro filme, que fazem uma explicação, porém é uma facilitação narrativa que desconecta o espectador um certo momento na narrativa.

Avatar: O Caminho da Água é dirigido e escrito pelo diretor James Cameron. O filme está com 4 indicações ao Oscar, sendo uma delas de Melhor Filme.
Avatar: O Caminho da Água | 20th Century Studios

Porém, a atuação de Stephen Lang, como Coronel Milles, faz com que o espectador deixe de lado tal facilitação e volta a investir sua atenção a esse figura. Figura que agora mostra um dialeto sobre oque acredita no certo e tentando se conectar com seu filho Spider, interpretado pelo ator Jack Champion.

O filme também faz questão de investir em novos personagens centrais, que são os filhos do casal protagonista do primeiro filme, Jake Sully e Neytiri(interpretados pelos atores Sam Worthington e Zoë Saldaña). Mesmo o protagonismo mudando de lugar, os personagens jovens conseguem fisgar o espectador para nadar nessa nova jornada que vai ser apresentada ao longo dos outros filmes. Acentuando o trabalho da atriz Sigourney Weaver, que interpreta Kiri, uma personagem de 14 anos de forma excepcional. Provavelmente, um dos melhores desenvolvimentos de personagem da saga até o momento.

A introdução de um novo universo dentro de Pandora com os novos personagens também é desenvolvido de forma delicada e apresenta novos personagens com bastante espaço e carga dramática. O trabalho da atriz Kate Winslet, como Ronal, mesmo tendo uma camada de efeitos especiais em cima de sua figura real, consegue transmitir dramaticidade e veracidade na atuação. Executando de forma exemplar, oque pode ser uma das cenas mais dramáticas do filme.

Avatar: O Caminho da Água é dirigido e escrito pelo diretor James Cameron. O filme está com 4 indicações ao Oscar, sendo uma delas de Melhor Filme.
Avatar: O Caminho da Água | 20th Century Studios

O filme consegue se manter constante, mesmo com bastantes cenas de ação. Cenas de ação que em nenhum momento afogam o filme em pura saturação pirotécnica. Conseguem ser dirigidas e bem editadas com boa decupagem e sem nenhum plano construído de forma displicente, mesmo com toda a construção sendo de efeitos especiais.

Mesmo Avatar: O Caminho da Água sendo um filme com uma narrativa linear sólida, e com uma construção de universo exemplar, o filme necessita da experiência em sala de cinema. Caso o espectador tente ver o filme na sala de casa, mais da metade da experiência que o filme propõe vai ser perdida. Cameron faz questão de afirmar com essa obra que certos filmes só conseguem ser completamente bem apreciados na sala de cinema, e Avatar: O Caminho da Água é um deles.

O último filme de James Cameron, mesmo tendo seus deslizes de facilitação narrativa para prolongamento de seu universo e as vezes se contentando apenas com sua exploração de universo com artifícios técnicos, consegue ser um espetáculo audiovisual único nas telas de cinema. Onde, mesmo que o espectador não lembre muito da estória contada, jamais se esquecerá do mundo fantástico de Pandora.

Nota: 3,5 / 5

Assista ao trailer:

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