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Crítica | Cobra Kai – 3ª Temporada

Cobra Kai entra em sua terceira temporada com chave de ouro trazendo crescimento pessoal, amizade e muito autocontrole como tema principal, sem deixar a nostalgia da franquia oitentista de lado.

Cobra Kai estreou em 2018 no YouTube Red, uma alternativa do site que não ficou muito conhecida, e foi ofuscada pelo brilho dos streamings já existentes, sendo assim, a série não ganhou tanta mídia, mas teve espaço na vida dos fãs da franquia Karatê Kid, o que acabou rendendo duas ótimas temporadas.

Já no início de 2020, o YouTube decidiu que não iria continuar com suas produções originais, o que não agradou os fãs da série e muito menos a produtora Sony, que no meio do ano acabou firmando um contrato com a Netflix e trazendo não só as duas temporadas para o streaming, como também renovando a série para a terceira e quarta temporada.

Cobra Kai já traz nostalgia em seu nome, mas não fica só nisso. Nas duas primeiras temporadas ela apresenta um novo olhar sobre o valentão do dojô, Johnny (William Zabka), que tenta trazer o nome “Cobra Kai” de volta das cinzas ao ajudar o vizinho Miguel (Xolo Maridueña) a enfrentar os problemas da adolescência com a ajuda do karatê. No meio do caminho também vemos o desenvolvimento pessoal e financeiro de Daniel Larusso (Ralph Macchio), que agora é um empresário do ramo de automóveis e que com o passar do tempo decide reabrir o antigo dojô-Miyagi, e ensinar tanto a sua filha Samantha (Mary Mouser) quanto o filho de Johnny, Robby (Tanner Buchanan).

Cobra Kai
Cobra Kai | Netflix

A rivalidade entre Johnny e Daniel é deixada de lado diversas vezes entre a primeira e segunda temporada, onde vemos os dois criando uma relação de amizade em alguns momentos, coisa que não acontece com os seus alunos, que acabam tomando as dores antigas e tentam passar um por cima do outro.

Mas tudo se agrava com a chegada do antigo Sensei e criador do Cobra Kai, John Kreese (Martin Kove), que traz um novo olhar sobre o karatê que Johnny pregava, fazendo com que o seus alunos tivessem raiva de seus oponentes, o que ocasionou no violento último episódio da segunda temporada, levando Miguel para o hospital.

Terceira temporada.

A terceira temporada já começa apresentando Johnny no fundo do poço – de novo -, os problemas estavam em sua volta, com o seu filho Robby foragido e Miguel em coma após ter sido jogado do segundo andar da escola durante uma briga. Todos esses problemas fazem com que Daniel, que tem um grande afeto pelo filho de Johnny, ir atrás do antigo rival para juntos encontrarem o garoto.

Cobra Kai
Cobra Kai | Netflix

Essa parceria dos dois dura exatos dois episódios, já que cada um acaba tendo que resolver problemas que são maiores do que manterem uma amizade. Com Miguel acordando do coma, Johnny decide se empenhar ao máximo para ajudar o garoto a voltar a andar, enquanto Daniel vai para o Japão tentar uma parceria com uma fabricante de automóveis.

Como já era de se esperar, a viagem de Daniel não foi por acaso. A volta ao país em que esteve nos anos oitenta trouxe grandes personagens de volta, como por exemplo, o seu grande rival Chozen (Yuji Okumoto) e sua paixão de adolescência Kumiko (Tamlyn Tomita).

Enquanto isso, a rivalidade dos dojôs e com Kreese comandando o Cobra Kai, a situação entre os adolescentes acaba se agravando, com “Falcão” (Jacob Bertrand) mostrando o seu pior lado e agindo com muita violência.

Cobra Kai
Cobra Kai | Netflix

Apesar da ausência de personagens como Aisha (Nichole Brown), a produção conseguiu dar a volta por cima ao apresentar novos personagens que agregam ainda mais na história, sem perder a essência. Além disso, Ali (Elisabeth Shue) dá o ar da graça e conta um pouco sobre a sua vida nessa nova temporada, momento esperado por muitos.

Cobra Kai chama a atenção por ser emocionante até mesmo em momentos em que a intenção não é essa, no final do primeiro episódio é feita uma homenagem ao ator Rob Garrison, que participou do primeiro filme da franquia e teve um episódio dedicado a sua história na segunda temporada. O ator acabou falecendo em setembro de 2019, o que foi o suficiente pra tirar boas lágrimas.

O ponto alto da terceira temporada é sem dúvida a volta de Daniel pra Okinawa, mostrando a evolução comercial da vila em que esteve nos anos 80, além de ser extremamente nostálgico e apresentar a origem do caratê da família Miyagi.

Cobra Kai
Cobra Kai | Netflix

Se engana quem diz que a série se sustenta somente com a nostalgia do público. A história da nova geração é tão interessante quanto a clássica. O novo olhar sobre a violência nas escolas e o desenvolvimento de cada personagem é a chave do sucesso da série.

Cobra Kai continua mantendo o nível de qualidade da sua produção, não deixa a desejar em absolutamente nada no quesito história e coerência. Mais uma vez, uma das maiores surpresas de 2020 e a minha torcida é para que a Netflix, junto da Sony, consiga trazer boas histórias para essa série, sem interferir com a memória e o carinho que temos pela franquia.

A terceira temporada de Cobra Kai estreia dia 1º de janeiro na Netflix.

Nota: 5/5

Assista ao trailer:

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