Crítica | Confissões de Uma Garota Excluída
Confissões de Uma Garota Excluída, nova adaptação de Thalita Rebouças, usa do bom humor da protagonista para falar sobre bullying e rivalidade feminina.
Que as adaptações dos livros da Thalita Rebouças são um sucesso, isso não é novidade pra ninguém. A escritora tem o dom de trazer os desafios da adolescência em todas as suas obras, utilizando sempre o bom humor dos personagens e maneiras inteligentes de passar pelas diversas situações que só quem passou pela adolescência entende. Invertendo a ordem de lançamento, Thalita optou por colocar suas habilidades como roteirista pra jogo e pensou primeiro no filme “Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (ligeiramente) dramática”, e depois no livro, resultando no título Confissões de Uma Garota Excluída, nova produção da Netflix
A nova produção acompanha Tetê (Klara Castanho), uma adolescente de 16 anos que, apesar de não ser tímida, não é nada boa em fazer amigos, e que vê tudo mudar após os seus pais (Alcemar Vieira e Júlia Rabello) decidirem mudar para Copacabana, para morar com os avós maternos (Stepan Nercessian e Rosane Gofman). Com a mudança, a troca de escola era algo em que seus pais e avós viam como uma oportunidade para a adolescente mudar seu jeito e sua forma de se vestir.
Na nova escola, Tête enfrenta vários obstáculos logo no primeiro dia, que envolve desde entrar no banheiro masculino, até trombar com Valentina (Júlia Gomes), a patricinha insuportável e dona de si, que como se já não bastasse ter todos aos seus pés, também era a namorada do garoto mais bonito e legal do colégio, o Erick (Lucca Picon),e sua melhor amiga, Lais (Fernanda Concon).
Excluída pelos colegas de classe, Tetê descobre que não está sozinha, e pela primeira vez se completa ao travar uma amizade com Davi (Gabriel Lima) o nerd da sala que mora com os pais e é extremamente cordial e Zeca (Marus Bessa), o menino que conversa com todo mundo e não tem papas na língua. Juntos, os três tentam lidar com os desafios de ser adolescente e tentam mudar completamente a imagem da protagonista, para que ela tenha o final feliz que merece.
Confissões de Uma Garota Excluída volta o seu roteiro totalmente em assuntos como a auto aceitação, autoestima, bullying e a rivalidade feminina que são postos à prova durante todos os momentos do filme. A intenção de todos os livros e filmes de Thalita Rebouças é fazer com que o público se identifique e tente passar por cima de situações que, por muitas vezes, são a causa da depressão na adolescência, além de trazer sempre um diálogo entre jovens e adultos muito bem desenvolvidos, algo que diga: você não precisa passar por isso sozinho (a).
Klara Castanho merece um parágrafo dedicado somente a sua atuação. A atriz tem o dom de fazer adolescentes esquisitas e que dão a volta por cima, o tom cômico que ela traz para as suas protagonistas e o seu carisma deixam tudo ainda mais leve e divertido de assistir. Inclusive, os atores escolhidos para o elenco teen são bem interessantes, não me espantaria se um dia encontrasse eles em uma lista de elenco da Malhação.
Mas mesmo com todos carisma, assuntos que devem ser comentados e a fofurice final, o filme acaba sendo mais um clichê adolescente, e dos grandes, porém, se engana quem acha que isso é um ponto negativo, até porque não tem como falar sobre a fase mais problemática de nossas vidas sem passar pelo clichezão.
Por fim, Confissões de Uma Garota Excluída é muito querido, divertido e gostoso de assistir. Ótimo para colocar questões na mesa e abrir discussões interessantes, vale super a pena.
Confissões de uma adolescente excluída estreia nesta quarta-feira (22) na Netflix.
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