Crítica | Estou Pensando em Acabar com Tudo
Longa baseado no livro de Ian Reid e dirigido por Charlie Kaufman “Estou Pensando Em Acabar Com Tudo” estreia na próxima sexta-feira (4) na Netflix, e é uma experiência visual que não podemos deixar passar.
Você já assistiu algum filme que te fez refletir por horas e com um ponto de interrogação enorme na cabeça? Acho que todos nós já nos deparamos com produções que causassem esse efeito, e “Estou Pensando em Acabar com Tudo” é um ótimo candidato para entrar nessa lista de filmes que não fazem sentido (para alguns).
“Estou Pensando em Acabar com Tudo” é um terror psicológico, na trama a jovem Lucy (Jessie Buckey) faz uma viagem para conhecer os pais de seu namorado Jake (Jesse Plemons) mesmo tendo dúvidas sobre o seu relacionamento. Após uma longa viagem numa estrada coberta por neve, os dois chegam na fazenda da família e não demora muito para as coisas ficarem desconfortáveis.
Os pais de Jake – David Thewlis e Toni Collete – são pessoas aparentemente normais, mas com o passar do tempo vão se mostrando um casal estranho e um tanto fora da caixinha. Os olhares fixos e conversas desconexas tomam conta da visita, além do alerta constante de que Lucy precisa ir embora naquela noite para poder trabalhar no dia seguinte. A situação vai se tornando mais estranha quando percebemos que algo não está certo.
Nos primeiros dez minutos do filme temos o casal dentro do carro com um diálogo em que eles parecem completos desconhecidos, e não um casal. A câmera mantida em zoom no rosto dos atores trás uma sensação de desconforto durante toda a cena, causando uma certa claustrofobia com o pequeno espaço onde não tem pra onde fugir.
A expectativa para a chegada do casal até a fazenda é tomada por uma impaciência devido a lentidão das cenas e dos diálogos complicados.
O grande triunfo do filme foi ter escolhido Thewlis e Collete para interpretarem os pais, a qualidade da atuação eleva o filme, fazendo com que a ausência deles da metade pro final faça com que percamos o interesse de acompanhar a história.
Filmes de terror psicológico sempre são interessantes, nunca sabemos de fato qual será o rumo que a história vai levar, e isso tem sido usado muito nos últimos anos, mas parece que nesse filme em particular a história desconexa o torna maçante, mas não é de todo mal.
A mudança de nome e profissão da protagonista em cada cena é um dos primeiros sinais de que as coisas não estão normais, as risadas altas fora de hora e o envelhecimento dos pais conforme mudam de cômodo deixam claro que esse filme não é nada convencional. Mas afinal, ele é bom?
“Bom” não seria a palavra certa para descrever esse filme, na maioria do tempo ele é só um monte de informações jogadas de qualquer jeito e sem pé nem cabeça. Tudo bem que nem tudo precisa ser respondido num filme, mas deixar a história inteira em aberto não é nem um pouco atrativo. Filmes como este costumam ter vários significados, eu tentei descobrir qual era o real motivo por trás de tudo e não cheguei em nenhuma conclusão.
Cheios de enigmas e um tanto quanto difícil de entender, “Estou Pensando Em Acabar com Tudo” entrega tudo o que foi mostrado durante o trailer, mas acaba decepcionando por acabar com a expectativa que colocamos em cima da história.
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