Crítica | Fleabag
Produzida, escrita e estrelada por Phoebe Waller-Bridge, Fleabag conquistou o espaço nas mais variadas premiações e nos nossos corações. Produzida pela Amazon Prime Video em parceria com a BBC, a série nos apresenta o humor britânico de uma forma ácida, falando sobre sexo e diferentes formas de relacionamentos, contendo altas doses de deboche.
Fleabag é uma adaptação de uma peça de teatro, que conta a história de uma mulher (Phoebe Waller-Bridge) que lida com diversos problemas em sua vida, indo desde o luto após a morte de sua mãe e o suicídio acidental de sua melhor amiga e sócia, frustrações em seus relacionamentos e conflitos familiares, até o estado de falência do café em Londres, no qual é proprietária.
No desenrolar da primeira temporada somos apresentados aos personagens que cercam a vida da nossa querida
protagonista, a que se faz mais presente é a sua irmã complexa e muito bem de vida Claire (Sian Clifford), o seu cunhado Martin ( Brett Gelman) que é um cara um tanto quanto escroto e mau-caráter, seu pai (Bill Paterson) e sua madrasta brilhantemente interpretada pela atriz Olivia Colman, que faz jus ás palavras má e aproveitadora.
Mostrando a vida de um ponto de vista feminino, Fleabag trata de assuntos considerados tabus, o desejo sexual da protagonista é extremamente explorado, tendo como pauta de um dos episódios o fato de seu namorado Harry (Hugh Skinner) não aceitar o consumo de pornografia e a automasturbação, terminando o relacionamento.
No decorrer da primeira temporada, a fachada alegre de Fleabag entra em conflito com a realidade, tendo seus segredos revelados no episódio final e se distanciando de sua família, temos um salto de um ano e alguns dias, onde na segunda temporada vimos a protagonista um tanto quanto madura, com o seu café indo bem e pensando em relacionamentos duradouros.
Impossível falar sobre essa série sem citar a quebra da quarta parede no qual somos pegos de surpresa logo no primeiro episódio da primeira temporada, e quando menos se espera somos envolvidos na história, passando a assumir o papel de confidente da protagonista, visto que, além de sua família e seus relacionamentos fracassados, Fleabag não tem um melhor amigo com quem possa conversar sobre seus desejos sexuais e até mesmo sobre a sua louca paixão por um Padre extremamente gato (Andrew Scott).
No ultimo episódio interagimos pouco e podemos perceber a carga dramática que os diálogos carregam, assistimos com dor no coração a mais uma desilusão amorosa da nossa querida protagonista, que se despede dando um tchauzinho de até logo. Mas será mesmo? Pelo o que tudo indica, não teremos uma continuação dessa história tragicômica.
Phoebe Waller-Bridge, criadora da série, deixou bem claro após vencer o Globo de Ouro que não tem interesse em continuar com a série, e que a decisão parece cada vez mais certa. Mas não precisa ficar triste, Phoebe está trabalhando em novas produções da Amazon, sendo assim, não ficaremos órfãos de seu talento.
Atenção: você corre sérios riscos de se apaixonar e querer mais.
Fleabag tem sua duas temporadas disponíveis na Amazon Prime Video
Nota: 5/5
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