CRÍTICA | Hellboy e o Homem Torto é um filme que você esquece logo após a sessão
Hellboy e o Homem Torto parece um episódio de um projeto independente que conseguiu vazar.
Durante a viagem de retorno, um ser capturado escapa, levando ao Hellboy e sua parceira seguirem por um percurso improvisado, do qual entrega nas mãos da dupla um novo problema para resolver. O tal Homem Torto que dá título para a obra e vai bagunçar com a cabeça de quem procurar entrar em seu perverso caminho.
Partindo de uma sinopse simples, igualmente simplório acaba sendo a forma que a narrativa do filme é construída, explorada e finalizada, já que a direção de Brian Taylor soa vazia ao tratar seus personagens como a caricatura que provavelmente os representa nos quadrinhos, contudo, o faz sem dar um tom divertido para amenizar a parte galhofa (algo que a trilogia Deadpool soube fazer) e sem apresentar um real sentido para a realização deste projeto.
Hellboy e o Homem Torto | Millennium Media
Hellboy e o Homem Torto soa amador conforme se passe mais tempo dentro de seu universo. A trilha sonora se mantém em uma mesma estrofe para marcar, mas acaba soando irritante pela repetição. A fotografia está sempre buscando trazer um plano ou visão diferenciada das situações, funcionando em algumas ocasiões. A maquiagem prática ajuda para trazer credibilidade, mas não impede de tornar visível os efeitos visuais para com a aranha ou o descarrilamento de vagões.
A trama episódica do filme, falha em mostrar uma relevância para com um momento diferente da vida do protagonista, na qual poderia apresentar uma situação que mudou sua forma de agir ou ver algumas coisas, para trazer um Hellboy qualquer, que não conquista quem não o conhece e nem necessariamente agrade os fãs de suas versões anteriores no cinema, podendo apenas dar gosto para quem conhece o quadrinho que está adaptando, intitulado “The Crooked Man”.
Sendo este, um fator que atrapalha, porque ainda que certos comentários feitos no começo ganhem resposta ao final, deixando a trama coesa. O terror proposto não alcança a resposta que gostaria de causar, onde mesmo com uma saturação mais pesada ou a utilização de efeitos sonoros bruscos para assustar, suas escolhas técnicas soam perdidas pela imersão não vir já que tudo soa tão banal, como um personagem surgir aleatoriamente pra entregar as informações que vai auxiliar, que dificulta a vontade do espectador de continuar nessa tal aventura.
Hellboy e o Homem Torto | Millennium Media
Muito pior do que a sensação frustrante pelos erros de um filme ou a expectativa criada não ter sido alcançada, é a sensação apática, indiferente, que se sente para com uma obra, onde ela falhou em minimamente capturar quem assiste para se apaixonar pelos seus personagens ou sair querendo falar sobre. O caso de Hellboy e o Homem Torto é de que no momento que os créditos subiram, parecia que um comercial longo tinha sido visto e a próxima etapa era ir na bilheteria comprar ingresso para finalmente ver um filme.
E vale dizer, o problema não está de modo algum na obra parecer independente ou ter pouco orçamento para fazer algo que Hollywood gostaria, pois a produtora A24 já entregou diversos filmes com um orçamento menor que 50 milhões e uma qualidade superior à vista aqui. Por tudo que gostaria de causar, entretenimento ou terror numa narrativa episódica, fica mais fácil recomendar um episódio aleatório da série Supernatural, que vai facilmente agradar mais, do que um conto que podia ter continuado no papel.
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