CRÍTICA | Homem-Aranha: Através do Aranhaverso consegue sair da fórmula Marvel de cinema, e consegue ser um dos melhores filmes de 2023
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso não se distancia muito do primeiro filme no quesito de execução técnica, e no que se distancia, o torna melhor e uma experiência forte ao espectador. Claro que o filme carrega muito Fan-Service, mas a obra não se mantém apenas por isso, ao contrário do que foi o filme com Tom Holland, Homem Aranha: Sem Volta Para Casa.
O filme consegue mostrar uma evolução do protagonista, Miles Morales e da personagem Gwen Stacy, que continuam a ter uma construção de narrativa objetiva e sem exageros cômicos, mostrando mais a faceta humana sobre pontos envolvendo moral e confusão sobre tudo que estão passando.
O Antagonista, o vilão Mancha, supera em todos os quesitos oque foi o Rei do Crime no primeiro filme. Seja no sentido de objetivo, desenvolvimento, e até mesmo conexão com o espectador em sua evolução de um ser cômico, com uma imensa ameaça cósmica, tendo também uma das melhores evoluções de personagem no quesito traço no quesito técnico. Parte técnica que não poupa o espectador em nenhum momento para mostrar oque a produção é capaz de fazer.
É necessário acentuar que o filme vai além de uma estória de super-herói básica, a direção fez questão de enfatizar nos quesitos técnicos para colocar o espectador imerso em um universo de quadrinhos e de construção nostálgica ao longo da história do personagem Homem-Aranha. Por conta disso, o filme não decaí ao nível dos outros filmes Marvel que tentam seduzir o espectador apenas colocando um símbolo nostálgico barato, nem mantém a narrativa como algo simplesmente funcional.
O espectador consegue criar empatia e se importar com cada um dos personagens mostrados. Algo que começa de forma sólida e criativa logo na introdução do filme com uma cena envolvendo um dos Aranhas, tocando um instrumento musical e narrando sobre as dificuldades na qual está passando.
A trilha sonora do filme não está tão chamativa quanto no primeiro filme, mas que faz sentido tal escolha, até porque a construção narrativa é feita de forma bastante minuciosa. Mesmo com muitas referências da estória do Homem-Aranha, o filme não deixa o excesso de referência afundar a narrativa.
A direção utiliza toda essa história do personagem como símbolo e até mesmo de referências dentro do mundo da internet, como memes, como utensílios para criar uma experiência para todas as idades e gerações que gostem de quadrinhos e daqueles que buscam um aconchego nostálgico de um personagem que fez parte de sua infância quando suas animações passavam na televisão.
É necessário acentuar o trabalho da dublagem original, que conseguiram dar bastante ênfase nos personagens, principalmente nas sequências mais dramáticas e cômicas. É possível observar a delicadeza da animação em conjunto com os trabalhos de voz dos protagonistas citados no início(Shameik Moore e Hailee Steinfeld) e a adição de um personagem que é o principal fator do filme ter uma construção linear, mesmo com tamanha informação, Miguel O’Hara(dublado pelo ator Oscar Isaac).
O personagem Miguel O’Hara consegue ser um retrato exato do que oque realmente significa ser um herói, e que ao mostrar tal realidade a protagonista, mostra uma ideia de conflito angustiante, mas com uma linha realista de pensamento, onde começa a discussão sobre oque é mais importante do que manter a ordem de todos os universos coligados. Questão que pretende ter alguma conclusão no próximo filme já confirmado pela Sony Pictures.
Homem-Aranha: Através do Aranhaverso é uma experiência imagética inédita, com uma narrativa que consegue se auto sustentar mesmo com tanta informação em uma obra só, com personagens memoráveis e cativando os variados espectadores das mais diversas gerações, fugindo do apelo barato dos outros filmes do MCU.
Nota: 5/5
Assista ao trailer:
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