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Crítica | House of The Dragon – 1ª Temporada

A Casa do Dragão ou House of The Dragon conta a história de 172 anos antes de Daenerys Targaryen nascer e se tornar uma das principais lideranças de Westeros. 

Quando a HBO confirmou que estaria desenvolvendo um spin-off de Game of Thrones, série de maior sucesso da emissora, inicialmente o público ficou dividido. Isso porque o fim da série original tinha deixado um gosto amargo na boca dos espectadores.

Apesar dessa desconfiança inicial, as notícias sobre House of the Dragon logo nos seus estágios iniciais começaram a repercutir, e logo os fãs ficaram ansiosos para essa nova jornada no mundo grandioso de Westeros.

Baseada no livro Fogo & Sangue de George R. R. Martin, House of the Dragon narra a história do conflito em Westeros, conhecido como a Dança dos Dragões. Situada quase dois séculos antes dos eventos da série original, acompanhamos a guerra civil que acontece enquanto os meio-irmãos Aegon II (Tom Glynn-Carney) e Rhaenyra (Milly Alcock, Emma D’Arcy) almejam o trono após a morte do pai Rei Viserys I (Paddy Considine). Rhaenyra é a filha mais velha e legítima herdeira de seu pai, contudo, Aegon é o filho homem de um segundo casamento, o que acaba gerando uma crescente tensão entre dois clãs Targaryen sobre quem tem o verdadeiro direito ao trono. 

Crítica: House of The Dragon - 1ª Temporada
Paddy Considine e Milly Alcock como Viserys e Rhaenyra Targaryen na primera fase de House of the Dragon | Foto: HBO Max

Diferente do que vemos na série original, o enredo de House of the Dragon é o conflito familiar, dessa forma a série foca toda sua atenção em Porto Real, com menos personagens e uma trama mais concisa. Assim fazendo com o que o espectador se envolva muito mais rápido aos personagens e seus dilemas.

Com isso, a série consegue ter uma narrativa muito mais amarrada, qual é o conflito principal da série? A sucessão! A temporada inteira investe nisso, em quem vai ficar no lado de quem, qual é a motivação dos personagens para lutar para cada lado e qual caminho seguir. E claro, repleto de traições e reviravoltas.

Além disso, o livro Fogo & Sangue, em que a série é baseada, é um livro de relatos, ou seja, muito do que é escrito no livro pode ter acontecido de maneiras diferentes. Assim, os roteiristas precisaram criar diálogos e modificar certos acontecimentos do livro para conseguir fechar algumas lacunas, e também para a história fazer sentido na mídia em que está sendo adaptada.

Porém, existe um pequeno problema, o roteiro. O texto simplório da série é nítido, não chega a ser ruim, mas é fraco em comparação a série original. Na verdade, lembra muito as últimas temporadas de Game of Thrones, onde os roteiristas ultrapassaram os livros e precisaram seguir com os próprios pés.

Crítica: House of The Dragon - 1ª Temporada
Emma D’arcy e Olivia Cooke como Rhaenyra Targaryen e Alicent Hightower em House of the Dragon | Foto: HBO Max

“Ah mas não deveríamos comparar as séries, são coisas completamente diferentes!” Não, não são! A própria série se interliga em seus acontecimentos, e até mesmo na abertura. Estamos falando sobre uma série do universo das Crônicas Gelo e Fogo, então comparações vão acontecer.

Outra problema, que ´tanto é do roteiro, quanto da montagem da série, é a passagem de tempo. Durante toda a temporada temos passagens de tempo abruptas que atrapalham um pouco no desenvolvimento da trama. Meses e anos são passados durante os episódios de forma corrida. As vezes isso é dito apenas em pequenos diálogos que muitas vezes o expectador não tão atento deixa passar despercebido.

Em certo episódio temos um grande acontecimento em um casamento, que deixa diversas lacunas abertas. Mas no episódio seguinte temos uma passagem de 10 anos, onde não vemos as consequências de nada que ocorreu.

Porém, na minha concepção não atrapalhou o envolvimento na série. Os atores conseguem entregar tanta verdade em seus papéis que você logo se desprende dos problemas e embarca na jornada.

A história, a extensão do universo e os personagens são o grande atrativo da série. Por ser muito mais focada em um grande núcleo o show consegue ser grandioso, e ao mesmo tempo mais contido.

Além disso, House of the Dragon entrega grandes acontecimentos em cada episódio de sua primeira temporada, surpreendendo até mesmo quem é um leitor dos livros e conhece a passagem da Dança dos Dragões.

Crítica: House of The Dragon - 1ª Temporada
Paddy Considine como Viserys Targaryen em House of the Dragon | Foto: HBO Max

Por fim, a série traz tudo que o fã da obra do George R. R. Martin aguarda, como o mesmo falou, a série faz até melhor que o livro em alguns momentos. Apesar do final ser um pouco controverso para os fãs, mas é aquilo, o que é o jogo dos tronos sem um pouco de subversão de expectativas né?

House of the Dragon é uma série de fantasia e drama de ótima qualidade, com um ótimo elenco e momentos de tirar o folego. Apesar de alguns problemas, é um show empolgante, impactante e intrigante e merece toda atenção de quem foi ou é fã do universo das Crônicas de Gelo e Fogo.

Nota: 4,5/5

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