Crítica | Jack Ryan – 1ª Temporada
Produção original da Amazon Prime, “Jack Ryan” marca a quinta aparição audiovisual do famoso analista da CIA – criado por Tom Clancy – e entrega John Krasinski sob o manto de um herói realista que supera todas as convenções do gênero e se mantém crível durante toda a sua jornada.
Após ser vivido nas telas do cinema por Alec Baldwin, Harrison Ford, Ben Affleck e Chris Pine, a quinta abordagem do personagem seguiu por um caminho diferente das demais e, agora, a nova versão foi adaptada para o serviço de streaming da Amazon. Protagonizado por John Krasinski, (“Um Lugar Silencioso”), “Jack Ryan” aposta na reformulação do famoso agente e em uma trama viciante que conjura todos os elementos de uma grande ação para se firmar entre as grandes produções de 2018.
Na primeira temporada de “Jack Ryan”, a série de TV criada por Carlton Cuse e Graham Roland assume uma narrativa ousada e cativante. Na trama, quando o promissor analista da CIA começa a seguir uma série de transações bancárias do Oriente Médio e analisar padrões de comunicação suspeitos, grandes pistas sobre uma organização terrorista e suas estratégias intrincadas de ataque são reveladas. Buscando respostas e planos de ação, Ryan deixa o escritório e é atirado em campo para seguir e desvendar os rastros da perigosa e crescente cúpula extremista.
Feito para o streaming em uma narrativa de 8 episódios, o desenvolvimento da série ocorre de maneira tão instigante quanto o de seus personagens. Respondendo à altura ao plano da Amazon para o resgate do personagem de Tom Clancy, o elenco extremamente qualificado entrega performances memoráveis e em sintonia com toda a produção. A dualidade da série é caracterizada pelo embate entre a dupla heroica de Jack Ryan e James Greer (Wendell Pierce) e o antagonista Bin Suleiman (Ali Suliman), que protagonizam um verdadeiro e mortal jogo de xadrez.
A premissa da nova série de ação da Amazon Prime é conhecida e se aventura em um tema delicado para se desenvolver. Abordando o terrorismo religioso como foco central e uma ameaça global em potencial desenvolvimento, “Jack Ryan” foge das abordagens prévias feitas à história de Tom Clancy – mesmo que, para isso, tenha que se ater à diversos clichês do gênero. Feitos para impulsionar o roteiro na direção certa e encaminhar o telespectador na jornada do agente secreto, todos os estereótipos da ação são bem executados e coesos, de modo que a série, como um todo, funcione grandiosamente.
Contudo, é seu protagonista quem deve levar os maiores créditos.
Desde a sua criação – em meados dos anos 80 -, Jack Ryan sempre foi atrativo e se destacou em meio a tantos outros personagens no mundo da espionagem. O fato é que ele não é um típico agente secreto, mas um analista que deve e quer trabalhar atrás de uma mesa – apesar de seu extenso treinamento militar. A porção certeira de “humanidade” injetada no personagem o faz ser mais realista e crível do que todos os outros aos quais estamos acostumados, rendendo-lhe uma boa dose de engajamento e identificação com grande parte do público espectador. Jack é mais cérebro do que músculos e tem tantos medos e problemas quanto nós.
Citado anteriormente, o antagonista de Jack Ryan, Bin Suleiman, é responsável por dar o toque final a tudo que foi construído por Carlton Cuse e Graham Roland. Vilão de muitas camadas, ele é o personagem necessário para elevar todas as dimensões da trajetória narrativa da série. Intenso intelectualmente e radical em suas ações, a jornada do antagonista é tão bem desenvolvida quanto a do próprio analista da CIA e forma um personagem perigoso e que realmente dá ao espectador a sensação de um verdadeiro perigo iminente.
“Jack Ryan” é o resgate do personagem clássico de Tom Clancy. Reinventado para o público moderno, a série da Amazon Prime foi uma aposta alta que deu certo. Sucesso em diversos aspectos, os oito episódios sobre o famoso analista da CIA estão disponíveis na plataforma de streaming e garantem uma maratona mais do que satisfatória.
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