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Crítica | Judy – Muito Além Do Arco-Íris

Adaptado da peça “End of the Rainbow”, de Peter Quilter, e dirigido por Rupert Goold, o drama musical traz a deslumbrante Renée Zellweger como a lendária atriz e cantora Judy Garland na atuação de uma vida.

Em “Judy – Muito Além do Arco-Íris”, é o inverno de 1968 e a lenda do showbiz, Judy Garland, com sua carreira em baixa, chega a Londres para uma turnê esgotada de cinco semanas no The Talk of the Town. Faz 30 anos que ela chegou ao estrelato global em O Mágico de Oz. Contudo, se sua voz enfraqueceu, sua intensidade dramática só aumentou. Enquanto ela se prepara para os shows, Judy batalha com a gerência, encanta músicos e relembra com amigos e fãs sua inteligência e seu calor, enquanto enfrenta sua solidão e seus conhecidos problemas com o álcool e com os remédios. Compensando tudo o que deu errado em sua vida pessoal e apresentando algumas de suas canções mais conhecidas, o filme celebra a voz, a vitalidade e o glamour de uma das maiores artistas do mundo.

Judy
Judy – Muito Além do Arco-Íris / Paris Filmes

Nos últimos anos, o afastamento de Renée Zellweger da vida pública, consequência das grandes transformações físicas que a atriz enfrentou e do preconceito que sofreu, torna surpreendente, porém, certeira, a escolha do papel. Encarnando realmente a mítica atriz de “O Mágico de Oz” devido a uma certa personificação da decadência que as duas viveram, a adaptação para as telas dos últimos meses de vida de Judy Garland começou com um grandioso acerto de Rupert Goold. A catarse de Renée com Judy é o que faz a engrenagem fílmica funcionar perfeitamente, de modo que as duas coexistem de forma simbiótica e a experiência do espectador com a obra assistida é única, de maneira que esquecemos que quem realmente aparece em tela não é a própria Judy Garland – fato que rendeu o Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar para a atriz.

“Demorou um tempo e às vezes o processo se complicava, mas quanto mais me afastavam de mim mesma, melhor ficavam as coisas. Não se tratava de imitar, mas de encontrar sua essência. Todos nós temos uma conexão especial com Over the Rainbow, um tema nostálgico que nos leva de volta à infância. A presença de Judy é lembrada de geração em geração porque ela é alguém com quem podemos nos identificar, sentir sua incompreensão, sua vulnerabilidade.” – Renée Zellweger.

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Judy – Muito Além do Arco-Íris / Paris Filmes

Retratando os últimos meses de vida de Judy Garland, o filme aborda diversos problemas pessoais da atriz, aprofundando-se em sua vida e em tudo o que aconteceu para que ela, naquele momento, estivesse de pé num palco de Londres tentando fazer o possível para ela e para os seus filhos. Dessa forma, por meio de flashbacks, somos transportados para a infância da atriz e para todos os problemas e abusos sofridos por ela durante o início de sua carreira e durante a produção do clássico “O Mágico de Oz”. O plano de fundo do longa é bem definido e sentimos a dor de Judy e entendemos as raízes de tudo pelo que ela passou em sua vida. A produção é tocante e emocionante, e Renée dá um toque especial em tudo o que é visto.

“Judy” é um grande acontecimento. Com todas as suas características exuberantes e admiráveis, e com roteiro e direção que trabalham em prol da melhor caracterização e performance da lendária atriz, o filme é maravilhoso e toma seu lugar na prateleira das melhores cinebiografias já produzidas. Enquanto isso, Renée caminha a passos largos para a sua estatueta do Oscar e para o seu lugar na história ao interpretar a incrível Judy Garland em um relato comovente e cativante.

Nota: 5/5

Assista ao trailer:

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