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Crítica | Matrix Resurrections – Embala pela nostalgia, mas se prende demais ao passado

Matrix Resurrections aposta em expandir sua mitologia cyberpunk apostando no fan service para agradar os fãs de longa data, mas pode deixar a desejar para quem gostaria de entrar nesse universo a partir de agora.

Sinopse: Da visionária cineasta Lana Wachowski, o tão esperado quarto filme da franquia inovadora que redefiniu todo um gênero reúne as estrelas originais Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss como Neo e Trinity, nos papéis icônicos que os tornaram famosos em ‘Matrix”.

Crítica | Matrix Resurrections - Embala pelo nostalgia, mas se prende demais ao passado
Matrix Resurrections | Warner Bros. Pictures

Para alguns Hollywood está passando por uma grande crise criativa se aproveitando dos remakes, reboots e sequências de clássicos da década passada, outros acham que isso é um grande bom proveito para apresentar essas produções aclamadas e cults para a nova geração que necessita de algo além dos filmes de heróis.

Assim como O Exterminador do Futuro, Blade Runner, Bill e Ted (estrelado também por Keanu Reeves) e muitos outros, Matrix não escapou e foi retirado do limbo por Lana Wachowski e a Warner Bros. para surpreender os fãs da famosa trilogia cyberpunk que achavam que o ‘Revolutions’ tinha encerrado a história de seus personagens. ‘Resurrections’ traz uma história concisa e que abrange a mitologia de Matrix, mas não embala por se prender demais à personagens do passado e não dar tanta abertura para novos rostos.

Matrix Resurrections acerta no nível de nostalgia máximo, bem aos moldes do que está na moda nesses revivals que fazem sequência de clássicos. O retorno dos personagens são bem explicados, assim como a inserção dos novos personagens e suas motivações. Ter Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss de volta é um deleite para os olhos, aqui existe mais química do que os fãs poderiam imaginar e uma história de amor que transborda superando até os filmes que são exclusivamente pensados para isso no gênero de romance.

Mas isso não é o suficiente para dar à sequência uma razão consistente para sua existência. O longa poderia facilmente ser um derivado da trilogia original sem precisar trazer antigos rostos de volta e iniciar uma nova franquia no mesmo universo, expandindo a história e dando lugar para novas mitologias da Matrix e holofotes para personagens que realmente chamam atenção, como Bugs, interpretada por Jessica Henwick, que leva o filme tão bem quanto Reeves levou em sua participação de 1999 à 2003.

Crítica | Matrix Resurrections - Embala pelo nostalgia, mas se prende demais ao passado
Matrix Resurrections | Warner Bros. Pictures

Um dos pontos altos é que Lana aproveita para reparar alguns erros do passado e trazer uma nova perspectiva para sua obra com uma metalinguagem que pode parecer sem pé nem cabeça, mas que em Matrix Resurrections funciona de forma coerente, brincando com acontecimentos do passado como se fosse uma ficção dentro da ficção. Isso possibilitou a diretora a deixar a trama da franquia mais leve, mas ao mesmo tempo contemplativa e ainda sim com a seriedade do estopim de uma nova guerra cibernética.

A diretora também brinca com os retornos de personagens antigos, agora repaginados com outros atores interpretando essas personas, algumas com destaque no passado e outras nem tanto, mas que em ‘Resurrections’ ganha seu espaço. Yahya Abdul-Mateen II interpreta um Morpheus diferente mas que ainda tem a essência daquele interpretado por Laurence Fishburne. Alguns trejeitos e interpretações pode até desagradar fãs mais assíduos, mas para o momento tudo faz muito sentido.

O personagens de Neil Patrick Harris traz uma reviravolta impressionante. Harris traz um de seus melhores trabalhos incorporando uma personagem muito diferente do que está acostumado e o faz tão bem, deixando o anseio por mais dele em novos filme da franquia.

Crítica | Matrix Resurrections - Embala pelo nostalgia, mas se prende demais ao passado
Matrix Resurrections | Warner Bros. Pictures

No fim, Matrix Resurrections é um presente e uma carta aberta de Lana Wachowski para os fãs da saga, abrindo novos parênteses, sem intenção de fechá-los brevemente, deixando um bom sentimento de nostalgia mas ao mesmo tempo com uma sensação de cansaço. Diferente de outros filmes da franquia, onde ou é bom ou é ruim, o quarto capítulo vai dividir opiniões e deixar muitos se perguntando: “Quem foi que pediu por isso?”.

Nota: 2,5/5

Assista ao trailer:

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