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Crítica | Ninguém Sabe Que Estou Aqui

Ninguém Sabe Que Estou Aqui entrou recentemente no catálogo da Netflix, e chama a atenção por ser um drama duramente silencioso e estranhamente claustrofóbico

Ninguém Sabe Que Estou Aqui conta a história de Memo (Jorge Garcia), que vive isolado em uma pequena fazenda de criação de ovelhas no Chile com o seu tio Braulio ( Luis Gnecco) e que, após ter tido seus sonhos no mundo da música destruídos na infância, se tornou uma pessoa completamente calada e antissocial. Sendo uma figura estranha e pouco conhecida na cidade, Memo invade casas enquanto ninguém está, sem revelar o real motivo por fazer tais coisas, mas se mostra um sonhador nato ao incorporar o seu “eu” criança enquanto explora essas casas.

Ninguém Sabe Que Estou Aqui
Ninguém Sabe Que Estou Aqui | Netflix

Na segunda metade do filme, descobrimos que o fato do pai do Memo ter vendido a voz dele para ser usada em playback por uma criança mais atraente, e que a mesma fez sucesso durante os anos 90’s, é o real motivo pelo qual o protagonista age de jeito estranho pelo fato de guardar um enorme rancor. Além de nos apresentar esta história, também vemos um personagem um tanto quanto transtornado e violento em alguns momentos, trazendo a dúvida sobre o que devemos sentir por ele.

A graça do filme vem da nossa descoberta e como ele nos apresenta o personagem Memo, e muito disso vem da atuação impecável do Jorge Garcia ( conhecido pelos seus papéis em Lost e Hawaii Five-0), ele se mostra perfeito quando o assunto é um drama bem desenvolvido, e é essencial para que o nosso interesse cresça ainda mais em volta da vida do protagonista. Dirigido por Gaspar Antillo ( vencedor do prêmio de Melhor Novo Diretor no Festival de Cinema de Tribeca 2020) o drama chama a atenção por ter maior parte do seu espaço preenchida por um silêncio angustiante, mas não erra quando se trata de diálogos bem desenvolvidos.

Ninguém Sabe Que Estou Aqui
Ninguém Sabe Que Estou Aqui | Netflix

Mesmo com uma ótima direção e um roteiro interessante, o longa deixa a desejar quando se perde na segunda parte é não explora a história da forma que esperávamos, quase que esquecem que estamos assistindo e não explicam certas situações. A reviravolta esperada infelizmente não acontece, o que pode ser frustrante para quem assiste e espera ver o protagonista tendo algum desenvolvimento mais interessante.

Sobretudo, Ninguém Sabe Que Estou Aqui é uma obra sobre a solidão, mostra delicadamente as fases do esquecimento e a dura caminhada que é voltar a ser alguém sociável, é como se fosse uma história moderna do patinho feio, com toques tão reais que chega a emocionar qualquer um que assiste.

Ninguém Sabe Que Estou Aqui está disponível na Netflix.

Nota: 3,5/5

Assista ao trailer:

Créditos ao autor:

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