Crítica | Os Novos Mutantes
Baseado no clássico homônimo dos quadrinhos da Marvel Comics, “Os Novos Mutantes” conjura uma sequência explosiva e questionável de um terror psicológico superpoderoso. Originalmente programado para estrear em 2018, o longa ficcional do universo dos X-Men acumula expectativas, mas entrega uma narrativa decepcionante e rasa sobre uma equipe disfuncional de crianças complexadas.
Em “Os Novos Mutantes“, cinco jovens – Maisie Williams, Blu Hunt, Anya Taylor-Joy, Charlie Heaton e Henry Zaga – são mantidos presos em uma instituição secreta controlada pela Dra. Cecilia Reyes (Alice Braga), enquanto aprendem a reconhecer e controlar a dimensão de seus poderes. No centro de tratamento, contudo, à medida que são forçados a lidar com os traumas do passado, os jovens mutantes mergulham em uma realidade aterrorizante e são submetidos à experiências cruéis e perturbadoras.
Lutando por liberdade, a recém-formada equipe de heróis começa a questionar o verdadeiro motivo de sua prisão e, ao mesmo tempo em que veem suas memórias serem transformadas em pesadelos e que são assombrados por seres malignos, descobrem que a ameaça real está mais próxima do que imaginam.
“Os Novos Mutantes“, último filme da franquia X-Men pelas mãos da Fox – agora aquisição da The Walt Disney Company -, introduz uma visão promissora – porém, frustrante – da famosa equipe dos quadrinhos. Diante de um consolidado universo cinematográfico de heróis, o filme não oferece o bastante para convencer ou mesmo se diferenciar e, dessa forma, priorizando uma aposta em uma narrativa sombria, a coprodução da Marvel com a 20th Century Fox assume uma postura desastrosa e entrega um material que não impressiona. Nesse sentido, aliada à construção rasa de seus personagens, o espectador é apresentado a uma trama sem peso ou significado que se arrasta por uma hora e meia sem realmente saber para onde ir.
Desprovido da qualidade enérgica de “Dias de um Futuro Esquecido“, ou da dramaticidade comovente de “Logan” – que levou milhões de pessoas às salas de cinema -, o longa-metragem dirigido por Josh Boone (A Culpa é das Estrelas) é uma “conclusão” sem personalidade e fria para uma saga que encanta o mundo desde 2000, com X-Men: O Filme.
“Os Novos Mutantes“, incapaz de superar a desordem de sua narrativa, é um esforço desnecessário e falho de acrescentar novidades ao gênero dos super-heróis. Pecando na falta de um antagonista claro, o filme não oferece nenhum senso de urgência ou perigo e se confunde em suas próprias ambições. Definitivamente apático, o último capítulo mutante nas mãos da Fox perde a oportunidade de oferecer uma obra memorável – e realmente assustadora – para se tornar um desfecho deselegante e angustiante para os fãs da franquia.
Finalmente, apesar da estreia desastrosa da produção de Boone, o futuro dos X-Men nos cinemas promete uma revitalização oportuna para os personagens criados por Stan Lee e Jack Kirby. De volta, agora, às mãos da Marvel Studios, para integrar o Universo Cinematográfico Marvel, a equipe dos quadrinhos – junto dos diversos núcleos mutantes coexistentes – trilha um caminho promissor e recheado de expectativas para a inauguração de uma nova fase de sucesso e muita ação.
Os Novos Mutantes está em cartaz nos cinemas.
Nota: 2,5/5
Assista ao trailer:
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