Crítica | Ratched
Série sobre a vilã do longa clássico “Um Estranho no Ninho” (1975), Mildred Ratched, estreiou dia 18/09 na Netflix dividindo a opinião do público e apresentando mais uma parceria entre Sarah Paulson e Ryan Murph.
Não é de hoje que vemos séries derivadas de filmes sendo produzidas, isso aconteceu com a espetacular Bates Motel, que foi baseada na história por trás de Psicose, do diretor Alfred Hitchcock. Explorar clássicos do cinema para criar novas produções parece ser uma ótima opção, principalmente por apresentar histórias clássicas ao público jovem.
A nova aposta da Netflix está na série Ratched, originado do filme “Um Estranho no Ninho” de 1975. O longa e a série são baseadas no romance de além Kesey, publicado em 1963, no filme Jack Nicholson interpreta Randle Patrick McMurphy, um homem que se passa de louco para escapar da punição policial, e acaba sendo internado em um hospital psiquiátrico.
No hospital, uma das enfermeiras chama a atenção pela sua forma de trabalhar e lidar com os pacientes. Mildred Ratched é a enfermeira vilã do filme, que entra em um conflito constante com Randle. Na série, Mildred será explorada ainda mais para mostrar o seu trabalho, e sua vilania, mostrando as coisas que aconteceram alguns anos antes da história do filme.
Ratched se passa em 1947, quando Mildred (Sarah Paulson) desembarca no Norte da Califórnia para conseguir um emprego em um hospital referência na psiquiatria, onde novos experimentos começaram a ser feitos na mente humana. Mildred, em uma missão clandestina, se apresenta como uma enfermeira dedicada e inteligente, até começar a se infiltrar e complicar as coisas no sistema de saúde mental e em todos que estão nele. A imagem de “bela moça” de Mildred esconde uma escuridão aterrorizante.
Conforme o tempo vai passando, o seu modo de trabalho começa a ser inaceitável, e um verdadeiro monstro vai se criando, revelando que nem tudo é o que parece. Mildred -que já não demonstrava os sentimentos- passa a ser alguém ainda mais fria tanto com os pacientes quanto com os médicos que trabalham com ela.
Criada por Ryan Murphy e Evan Romansky, Ratched seguiu a fórmula que Murphy vê que dá certo há anos. Seguir uma linha firme de suspense sem acrescentar tanto na história já apresentada parece ser o melhor jeito de trazer uma personagem de um clássico a vida.
Outra fórmula que da super certo é a parceria de Murphy com a Sarah, que é visivelmente a sua musa e a primeira a ser lembrada quando surge uma nova ideia. Ele sabe explorar a personalidade de Sarah e suas qualidades, a fazendo brilhar nos thrillers e séries alternativas.
Se tratando de produção, Ratched está impecável. Os cenários e figurinos que remetem a década de 40 chamam a atenção na maior parte do tempo, além do visual agradável e da estética que é assinatura de Murphy em todas as suas produções.
Além de Sarah, o elenco conta com grandes nomes como Sharon Stone como Lenore Osgood, Cynthia Nixon como Gwendoly Briggs e Brandon Flynn como Henry Osgood.
Apesar da série ter chamado a atenção pela estética e por abordar a história de um clássico do cinema, seus oito episódios com quase uma hora tornam entediante a experiência e um tanto quanto difícil de maratonar. Seus diálogos são densos e os acontecimentos acontecem lentamente. Mesmo com toda essa lentidão, é difícil dizer que a fórmula Sarah + Murphy não deu certo, a série é extremamente interessante e vale a pena ser conferida.
O sucesso da produção é tão certa para Murphy, que o diretor já anunciou que tem interesse de produzir mais 4 temporadas, deixando em aberto se em algum momento a série irá abordar a história de “ Um Estranho no Ninho”, que eu particularmente adoraria ver.
A primeira temporada de Ratched já está disponível na Netflix.
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