Crítica | Scooby! O Filme
Baseado nos clássicos personagens da Hanna Barbera, a animação da Warner Bros sobre Scooby-Doo e seus parceiros da Mistério S/A tenta revitalizar a franquia de 50 anos e, como um experimento que deu errado, esquece a essência de um dos desenhos mais famosos do mundo.
História de origem dos notáveis personagens animados da Hanna Barbera, “Scooby!” trilha o seu caminho a partir de um encontro casual e encantador entre Salsicha (Will Forte), uma criança solitária, e Scooby, um filhote sem dono. Tornando-se melhores amigos desde então, a dupla subitamente expande seu ciclo de amizades e se une a outras três crianças da vizinhança após uma conturbada noite de Halloween: Fred (Zac Efron), Daphne (Amanda Seyfried) e Velma (Gina Rodriguez).
Solucionando o seu primeiro crime, os jovens decidem formar uma equipe independente de detetives e fundar a famosa “Mistério S/A”. No entanto, após resolverem centenas de casos e ganharem fama mundial, Scooby-Doo e seus amigos se veem frente à uma ameaça inimaginável. Maior do que qualquer tipo de problema já enfrentado, eles deverão se unir mais uma vez para impedir o “apocãolipse” – que inevitavelmente destruirá todo o mundo quando o fantasma do lendário Cerberus for liberado na Terra por ninguém mais, ninguém menos do que Dick Vigarista (Jason Isaacs) – enquanto arriscam suas vidas em uma jornada recheada de robôs assassinos e super-heróis.
“Scooby!” tem um primeiro ato muito interessante e realmente amarra os espectadores – de todas as idades, diga-se de passagem. A apresentação de cada personagem, assim como o retrato de seus contatos iniciais, é nostálgica e muito bonita, sobretudo quando Salsicha adota um cachorro de rua e o batiza de “Scooby-Dooby-Doo”. Porém, como uma tentativa de revitalizar a franquia e oferecer novidades interessantes em cima dos mais de 50 anos de existência dos integrantes da Mistério S/A, o filme se perde e se afasta cada vez mais do que um desenho de tamanha importância exige.
Desnecessariamente envolto em uma incoerência que torna toda a produção rasa, “Scooby!” mais parece um filme de super-heróis que usa de qualquer desculpa para inserir personagens da Hanna Barbera em seu meio e tentar reacender o charme da obra que, infelizmente, se desvai pelo caminho. Aproximando-se de um entulho de figuras clássicas, vemos o Falcão Azul, o Bionicão, o Dick Vigarista e o Muttley como apenas alguns dos exemplos que circundam constantemente os ditos protagonistas do filme e que escancaram o fato de não haver mistério algum nessa missão mal planejada e nada envolvente.
Decepcionante, “Scooby!” peca, no mínimo, na falta de uma história interessante para a união de tantas “propriedades” do estúdio de desenho animado. Trocando os pés pelas mãos e tentando, num passe de mágica, ser o que simplesmente não é, a nova aventura da Mistério S/A é um começo frustrante para uma tão esperada série de filmes. Porém, apesar da massiva quantidade de escolhas erradas, é certo dizer que o filme fará muito sucesso entre crianças e adultos, seja pelas piadas bobas, pela animação visualmente agradável ou simplesmente pela possibilidade de poder revisitar uma das franquias mais encantadoras do cinema e da televisão.
“Scooby!” tinha a possibilidade de ser excelente – e realmente poderia ser considerado assim, ‘se não fossem aquelas crianças enxeridas que estão acostumadas com muito melhor’ -, mas ainda assim nos faz ansiar por uma próxima aventura, enquanto somos obrigados a torcer para que, dessa vez, tudo seja diferente.
Nota: 2,5/5
Assista ao trailer:
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