Crítica | Shazam: Fúria dos Deuses é um dos filmes mais cômicos do gênero. Não, não é um filme da Marvel
Shazam: Fúria dos Deuses não tenta desenvolver tanto o universo DC, sendo um filme que tem uma formula narrativa convencional dos filmes de super-herói e que faz graça de si mesmo o tempo que for necessário. Algo que é feito de forma orgânica e sem utilização da metalinguagem. Mesmo o filme passando por certos problemas de condução da narrativa, o filme consegue ter uma execução satisfatória e satisfazer um público que não sabe oque esperar do futuro da DC nos cinemas.
A obra consegue ser carregada pelo humor e pelo jogo de atuação entre três personagens: Shazam, Mago Shazam e Fred(interpretados por Zachary Levi, Djimon Hounsou e Jack Dylan Grazer). A forma que o humor e a relação deles é aplicada consegue trazer um efeito natural de algo cômico ao filme, sem ser algo simplesmente forçado. Algo que os filmes da Marvel tem sofrido bastante crítica negativa sobre.
É necessário apontar que o filme é um filme de super-herói cômico, mas que consegue medir o seu estilo para não ter que seguir um outro caminho satírico, como a série The Boys. O filme consegue ter sua identidade própria sem ter que ir para caminhos extremos para um humor gratuito para forçar uma cativação do público mais jovem, nem ir para um caminho de um humor ácido para cativar um público mais maduro. Shazam: Fúria dos Deuses consegue funcionar no meio termo, sem nenhuma preocupação.
A obra, mesmo não se levando muito a sério na forçada narrativa de Super-Herói, sofre dos problemas convencionais. Seja na construção de antagonistas forçados em busca de vingança, com uma atuação bastante rasa da atriz Lucy Liu, e até mesmo no desenvolvimento de certas cenas de heroísmo envolvendo a família adotiva de Billy(ainda interpretado por Asher Angel). As cenas de drama familiar e as cenas envolvendo a Personagem Kalypso(interpretada por Lucy Liu) são cenas que aparentam ser completamente deslocadas. Cenas que tentam carregar bastante dramaticidade, em um filme que, se não fosse por essas cenas, seria um filme de comédia.
A introdução da personagem Anthea é feita de forma organizada na narrativa, e o plot envolvendo a personagem consegue ter uma execução satisfatória para o espectador, mesmo não sendo um dos pilares da narrativa. Mas, a jornada romântica dos personagens Fred e Anthea consegue acontecer de forma cativante para narrativa, mesmo não acrescentando muito à jornada principal, ajuda na construção de amadurecimento do personagem Fred.
O ator Zachary Levi continua seguindo seu modus operandi do primeiro filme como Personagem Shazam. Existe uma tentativa de mostrar seu sofrimento como diálogos internos e externos, com sua irmã Mary(interpretada por Gracy Caroline), mas que não funcionam no mesmo tom que o resto da obra propõe. Além de que esse conflito interno mal aparece ao longo da obra, e só volta na resolução para a criação de um cenário mais dramático. Cenário dramático que funcionaria de forma mais satisfatória, se tais cenas fossem mais adequadas, ou melhor exploradas.
O conjunto técnico na obra é funcional, até mesmo nos efeitos especiais. OS efeitos não são mal executados, muito da obra tem um CGI satisfatório na maior parte do tempo, algumas cenas tem um trabalho de efeitos chamativos de forma positiva. Mas em outras é possível enxergar um trabalho feito as pressas, seja com a tela verde sendo apenas um fundo mal desenvolvido em certos momentos, ou algumas cenas com envolvimento de monstros. Além do trabalho de efeitos, o filme no quesito técnico, assim como o primeiro, não tenta se aventurar muito em outros sentidos.
Shazam: Fúria dos Deuses consegue ser um filme convencional, com bastante humor aplicado de forma madura, e que consegue ser um bom entretenimento nas salas de cinema. Mesmo sofrendo de problemas que são previsíveis em filmes do mesmo gênero, o filme não se leva tanto a sério, e consegue cativar o espectador pelo básico proposto.
Nota: 3/5
Assista ao Trailer:
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