CRÍTICA | Sobrenatural : A Porta Vermelha mostra que Patrick Wilson aprendeu a dirigir ao longo de seus trabalhos com James Wan
O filme Sobrenatural: A Porta Vermelha é o quinto filme da franquia que teve começo com a direção de James Wan, responsável por outras franquias como Jogos Mortais e Invocação do Mal. Patrick Wilson que atuou em parte da franquia Sobrenatural e Invocação do Mal, decide assumir a direção do quinto filme e mostra que não apenas atuou nos filmes com James Wan, como aprendeu muito com sua direção.
Sobrenatural: A Porta Vermelha carrega muitas características vindas dos filmes de Wan, sejam os zoons lentos no espectador para criação de suspense no espectador, até mesmo no trabalho de maquiagem e de luz o filme tem uma grande influência da antiga direção. Para quem viu o último filme de terror de Wan, “Maligno”(2021), se lembra do grande número de vezes que a direção utiliza das luzes com cores vermelha e azul, e esse filme não perde a chance de utilizar desse artifício a quase todo momento.
O filme utiliza do velho artifício frágil da colega de quarto que além de servir de par romântico, também é responsável pela carga cômica do filme. Em sua maioria é utilizada de forma displicente e apenas com uma facilidade narrativa para certas coisas acontecerem ao personagem Dalton (interpretado por Ty Simpkins).
Mesmo com os artifícios de facilidade narrativa, e com basicamente Patrick Wilson tentando fazer de tudo que é jeito para seguir uma linha de direção quase idêntica ao antigo pai da franquia, o filme consegue ter uma construção de narrativa satisfatória e com algumas cenas com uma direção aguçada e que conseguem assustar o espectador com eficácia. Além da utilização da ligação do estudo de pintura de Dalton com o terror que acontece ao seu redor, é algo sútil e que funciona.
Agora, é necessário dizer que não tem nenhuma atuação aqui que seja chamativa na obra em geral. Até mesmo Patrick Wilson mostra estar no conforto dos tantos filmes de terror que já fez e que não faz questão de mostrar nada de novo ao espectador nesse quesito. Necessário enfatizar que o trabalho de maquiagem também não foi um dos melhores, as vezes causava mais uma vontade de rir da cena do que se surpreender, ou se assustar com ela.
Em certos momentos o filme chega a cansar o espectador no meio da narrativa, mas consegue criar um encerramento em uma das últimas sequências com exatidão e com uma criação de espaço e atmosfera que segura o espectador para saber o como vai finalizar toda a loucura apresentada. Além de ter uma simbologia bela de como a porta foi aberta e como foi sua resolução, tendo uma ligação da relação entre o pai e filho protagonistas.
Mesmo o filme sendo carregado de problemas na condução narrativa com os personagens, a forma que lida com o humor, e as atuações funcionais, o filme consegue ser um entretenimento satisfatório e longe de parecer algo pretensioso ou preguiçoso. Sem contar que estamos falando da primeira direção de Patrick Wilson, que superou muitas expectativas comparado com o que a crítica achou dos dois filmes anteriores (necessário apontar que esses filmes não tiveram a direção do James Wan).
Sobrenatural: A Porta Vermelha tem muitos erros pontuais, mas não se mostrar um filme displicente aos olhos do espectador que consegue se divertir em alguns momentos, até mesmo ter sustos muito bem calculados pela direção. Patrick Wilson continua mostrando que tem muito o que aprender ainda para chegar à ser um diretor com habilidade, mas mostra que tem talento em seu primeiro filme nas sutilidades. Sutilidades que ajudam a manter o filme uma obra satisfatória ao espectador em busca de apenas um filme de terror qualquer em algum cinema perto.
Nota: 3/5
Assista ao Trailer:
Depois da crítica de Sobrenatural: A Porta Vermelha, leia também:
- Crítica | A Pequena Sereia consegue entreter, mesmo sendo mais uma apelação nostálgica da Disney
- Crítica | Homem-Aranha: Através do Aranhaverso consegue sair da fórmula Marvel de cinema, e consegue ser um dos melhores filmes de 2023
- Crítica | Pânico 6 deixa o terror slasher de lado, e investe no gênero investigativo
Deixe um comentário
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.