CRÍTICA | Superman e Lois traz um final apoteótico para o herói em sua 4º Temporada
Superman e Lois aumenta o escopo para como se adaptar o escoteiro da DC Comics, que vai receber uma nova visão em 2025 e terá um páreo a alcançar.
Após uma batalha crucial com o monstro criado pelo Lex Luthor (Michael Cudlitz), Superman (Tyler Hoechlin) está morto e tanto sua esposa quanto seus filhos precisam lidar com as ameaças a fora que não foram derrotadas e não planejam parar de causar o caos pela Terra.
Uma informação importante de se dar é que a produção da quarta temporada da série foi completamente afetada graças ao cancelamento da produção e o fato de que não só a produtora CW está chegando ao fim, mas o personagem Superman está retornando aos cinemas com outro ator no papel e aquele deve ser a única versão a ser encontrada pelo novo universo da DC que será estabelecido na indústria audiovisual.
Sendo assim, com o corte no orçamento, no qual cada temporada custava 75 milhões pelos seus 15 episódios, diversos atores regulares das três temporadas antecessoras não puderam retornar para todos os episódios, tal qual o dinheiro investido em efeitos visuais precisou ter um equilíbrio para os últimos 10 episódios que o seriado reservaria tendo apenas a família do Superman e seu inimigo como protagonistas do enredo ao todo. E o que se pode dizer é que um milagre foi feito.
Superman e Lois | Max
Em qualidade, dá pra dizer que a temporada manteve um nível favorável para as engrenagens que tinha, cada episódio traz um núcleo dos personagens coadjuvantes, que ganham um desenvolvimento e uma conclusão formidável para o que havia sido preparado na temporada anterior, sem enrolação e seguindo de modo direto para que de alguma forma ainda case com a narrativa principal envolvendo derrotar Lex Luthor.
Contudo, nem tudo são flores, o roteiro de Superman e Lois muitas vezes demonstra correria com assuntos que poderiam ser melhor aprofundados como uma recém descoberta de poderes ou demonstra perda de tempo com um casamento que não apresenta certo propósito para a trama como um todo, onde fica visível que outros assuntos poderiam ser trabalhados no lugar como um trauma pós uma morte chocante.
Isso sem contar deslizes que acabam acontecendo por falta de atenção ou conveniências que precisavam acontecer, visto que em certo momento da temporada um ser enorme some por alguns episódios, os personagens não sabem onde a criatura está, quando ela se encontra num subsolo que qualquer um com poderes kryptonianos poderia ter localizado. Tal qual, erros estúpidos que personagens cometem para trazer vantagem ao inimigo, seja quebrar propriedade pública ao vivo pra televisão ou decidir ensinar algo aos filhos que poderia ter sido realizado no começo.
Superman e Lois | Max
Dito isso, a temporada se sobressai pelas decisões divergentes que toma com o rumo do Superman. Boa parte do que se vê aqui não foi visto em nenhuma outra mídia, principalmente se tratando do final, e o modo como é conduzido, é com uma delicadeza e profundidade, que não só humaniza o personagem como consegue honrar sua essência, naquilo que foi estabelecido no seriado desde o princípio até aquilo que os leitores mais assíduos entendem do herói.
Ainda que o último episódio seja emocionante, o destaque fica pro capítulo 7 intitulado “A Regular Guy”, não só pela coragem em seu final e no que isso vai proporcionar aos personagens no futuro, mas por trazer um personagem clássico dos quadrinhos de um jeito que encaixe de modo ideal, explicando sua ausência nas outras temporadas e trazendo uma noção maior do sacrifício que o Clark Kent passa todos os dias e o público deixa de ver só por ser quem é.
Mesmo com alguns episódios apresentando a forte ausência de alguns integrantes do elenco, não fazendo sentido não estarem agindo para com tal momento ou quando aparecem nem falando muito sobre, o tempo curto que a temporada tem para resolver todos os seus assuntos deixa ela rápida e direta num geral, relembrando aos fãs do porquê se sobressai entre as obras de super-heróis e mantendo a qualidade na trilha sonora comovente, no encaixe da trama de Lois com a do Superman e no claro amadurecimento que cada personagem passou para estar da maneira que se encontra.
Superman e Lois | Max
A quarta temporada de Superman e Lois tem suas decisões questionáveis, mas se tratando de uma produção que planejava finalizar em uma sétima temporada, correndo para abordar certas tramas que deveriam ficar pro futuro, o saldo é realmente positivo. Mostrando que aquilo que a diferencia não se relaciona às cenas de ação ou ao mundo realista imposto, mas em compreender a inspiração que um homem pode transparecer e como a sua família, tão fácil de encontrar no dia a dia, se mostra fundamental para melhorar a pessoa que busca ser.
Aqui, tanto o intérprete de Clark quanto a intérprete de Lois Lane (Elizabeth Tulloch) deixam suas marcas como uma das, se não “as”, melhores versões que foram adaptadas dos quadrinhos. Todas as nuances tendo sido trabalhadas, desde as características mais famosas até aquelas pouco abordadas, pelo menos do jeito certo. A química faz parecer que na vida real são um casal e a sintonia em tela leva o espectador a compreender o motivo de serem um dos casais mais amados dos quadrinhos de heróis, e não por repetir o que foi feito, mas por melhorar. Proporcionando uma despedida que mesmo sendo triste, ainda apresenta beleza por ter nos dado a chance de acompanhar o máximo possível com tamanha intensidade.
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