Crítica | The Umbrella Academy – 3ª Temporada
Focando no que funcionou nas temporadas anteriores, a terceira temporada de The Umbrella Academy é mais contida, podendo ser considerada mais do mesmo, mas ainda assim diverte até o último segundo.
Em uma época repleta de conteúdos baseados em quadrinhos e super-heróis, The Umbrella Academy estreou em 2019 entregando uma história diferente, mesmo com um universo fantástico e protagonistas poderosos e com uma missão de impedir o apocalipse sempre em pauta. A série focava nos fracassos e traumas dos tal heróis, lidando muito mais com a relação disfuncional dos personagens que compõem a familia Hargreeves, e deixando a parte “super” em segundo plano.
Logo, a série se tornou uma das mais populares da Netflix, chegando até mesmo superar, em seu ano de estreia, a audiência de grandes sucessos da casa como Stranger Things.
Continuando exatamente a partir do cliffhanger deixado pela segunda temporada. Após salvar o mundo do apocalipse duas vezes a Umbrella Academy retorna para sua casa no presente, com esperança de que a linha do tempo tenha sido consertada. Contudo, devido à sua desastrosa interferência no passado, eles voltam a um presente irreconhecível, com sua antiga casa agora sendo o lar da Sparrow Academy, uma versão diferente da equipe de heróis. Ao ser abordado por seus filhos no passado, Reginald Hargreeves (Colm Feore) viu que fizera uma escolha terrível de adoção, e decide seguir por um rumo totalmente diferente quando os bebês mágicos de 1989 nascem. Mantendo apenas um mebro, Ben (Justin H. Min) em uma versão completamente diferente da que conhecemos nas temporadas anteriores.
Porém, ao chegarem nesse novo universo, o time descobre que com seus atos no passado, eles criaram um paradoxo temporal. Fazendo o mundo agora enfrentar sua terceira ameaça de aniquilação, dessa forma os antigos e novos Hargreeves terão de encontrar uma forma de trabalharem juntos para impedir o fim da existência.
A terceira temporada de The Umbrella Academy decide apostar no caminho que viu que funciona, seguindo o mesmo padrão das outras duas. O foco é a relação familiar, seja em seus arcos individuais ou entre eles mesmos. Afinal, o espectador já conhece esses personagens, já conhece seus dramas, aqui eles ficam no confortável apenas acrescentando pequenas novas camadas.
Dessa forma, se assim como eu, você ama esses personagens, ama o estilo e a estranheza da série, a terceira temporada é para você. Contudo, se você está aguardando uma renovação e uma nova grande história, talvez você se sinta um pouco desapontado com o rumo da série.
Tirando o elefante da sala, o terceiro ano acaba sendo o mais inconsistente até aqui, engatando apenas nos seus episódios finais. A decisão de trazer um ar de rivalidade pelos dois times, algo muito aguardado pelos fãs, se torna um tanto cansativo depois de dois episódios. Mesmo com novos personagens com personalidades e poderes interessantes o roteiro e direção acaba não sabendo utilizar eles de maneira que contrastem ou encaixem com os já estabelecidos.
A trama de um terceiro fim do mundo também é algo que já não salta nossos olhos, se já se tornou cansativo para os personagens que estão vivendo aquilo, para o publico então. E olha que para eles se passaram no máximo três semanas, para gente foi anos.
Ainda assim o saldo dessa temporada é positivo, principalmente nos arcos de Alisson (Emmy Raver-Lampman) e Viktor (Elliot Page). Em todas as temporadas Alisson é a personagem que mais precisou sacrificar algo de sua vida para o mundo ser salvo. Tendo a jornada mais difícil até aqui, apesar de em alguns momentos você até sentir um pouco de desconforto com suas atitudes. Porém toda sua indignação é legitima.
Enquanto Viktor, apesar de eu ser um tanto critico quanto a atuação do Elliot, não me entendam mal, eu gosto dele, mas acredito que ele sempre entregue o mesmo personagem, ele mesmo. A forma que abordam a transição já nos primeiros episódios, de maneira leve, trazendo uma narrativa que agrada e cativa. Chega ser emocionante ver a reação de alguns personagens, e o apoio que dão ao seu irmão. Além da gente conseguir sentir a felicidade e o conforto do ator no papel.
É claro que todos os atores estão ótimos em seus respectivos papéis, dando destaque claro ao sempre carismático Robert Sheehan com seu problemático Klaus, e por incrivel que pareça a temporada da um destaque maior a Tom Hopper, que faz Luther, um personagem considerado chato pelos fãs, mais atrativo. Infelizmente das novas adições, como eu disse, o roteiro não deixa muito os personagens se mostrar a ponto de marcar.
Mesmo com uma temporada mais inconsistente que as outras, o terceiro ano de The Umbrella Academy é cheio de carisma e diverte da mesma maneira. Em contraste com as temporadas anteriores essa é a mais contida de todas, mesmo que a ameaça seja maior do que as outras.
O final da temporada conclui diversos arcos, entretanto, a série termina deixando uma cena pós créditos e pontas soltas pra uma sequencia, nos deixando imaginar se haverá uma renovação ou não.
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